Lei Bosman: um símbolo e não um culpado no futebol mundial

A lei Bosman volta a pauta no meio do futebol devido ao desabafo do técnico do Uruguai, ‘El Loco’ Bielsa, durante a Copa América. Argentino criticou a saída rápida de promessas sul-americanas para a Europa, em decorrência da globalização na categoria, por conta da nova conjectura aplicada durante uma transferência entre atletas da comunidade europeia. No entanto, essa internacionalização era irrefutável, sendo assim, apenas um marco deste elo, que nos outros esportes já eram vistas muito antes, como os desertores cubanos ou imigração nos países latino-americanos.

Bosman foi aprovada em 1995. Essa ação foi movida pelo ex-jogador e belga, Jean-Marc Bosman, que não admitiu que seu clube atual (RFC Liége) à época, não o impedisse de trabalhar em outro clube. Atleta secundário do cenário europeu, entrou para a história, mesmo em campo não reproduzindo isso.

 

Além disso, derrubou às restrições de jogadores que atuassem no círculo europeu, possibilitando assim jogadores que nascem na Alemanha, Holanda, Itália, Espanha, Portugal, França e demais vizinhos periféricos, troquem entre si jogadores sem um limite de estrangeiro, abrindo espaço para os promissores sul-americanos e vista como a semente do mal para aqueles que a criticam de forma ferrenha.

 

Por exemplo, nomes como Endrick, hoje, já fechado com o Real Madrid desde os 16 anos e lá atrás James Rodriguez, quando surgiu no Banfield (Argentina), ventilado no Palmeiras em 2009, mas pela forma física acabou barrado pelo staff palmeirense daquele momento e acabou indo se aventurar no FC Porto, fazer carreira internacional e que teriam dificuldades de espaço, mesmo com talento.

 

Mas questão é que muito movimentos dessa internacionalização ou globalização futebolística seriam ajustadas para acolher diversas culturas em campos. Hoje, a Premier League, maior liga do mundo, tem regras muitos mais flexíveis e nem considera a lei Bosman. Enquanto na Alemanha, Espanha, França e Portugal, aos poucos foram fracionando possiblidades de atletas estrangeiros. Ora, três em campo e cinco no total – podendo dois complementar o banco.

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Bosman x América do Sul

Créditos: Bosman batalhou pelos seus direitos trabalhistas na justiça com o julgamento passando por Bélgica e Luxemburgo / Foto: arquivo pessoal

O próprio Brasil em proporções menores aos poucos sentiu a falta de um passaporte Mercosul semelhante ao da Comunidade Europeia para ter jogadores sem serem brasileiros não ocuparem a ficha de internacionalizado, ainda que, tivesse nascido no mesmo continente dos empregadores.

 

Até 2013, somente três podiam ser relacionados para o jogo. No ano seguinte, já podiam cinco e uma década depois, 19 dos 20 clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro, aprovaram que nove estrangeiros podem estar em campo por um mesmo clube.

 

Claro, isso soa como precariedade e discrepância da falha de formação de atletas para uns, mas em um olhar mais clínico há espaço para todos, desde que, apresente nível para atuar. Basta não passar a responsabilidade de contratações ruins, seja gringa ou não, ao jogador beneficiado pela internacionalização do futebol, e, sim, do profissional colocado nesta função de análise de talentos ao redor do mundo.

 

Afinal, o potencial econômico dos clubes brasileiros, em sua maioria, se organizado e tivesse uma liga nos padrões de Premier League, dentro do nosso universo, teríamos capacidade de brigar por contratações que Wolverhampton, Crystal Palace, Villarreal, Lille, Lazio, Fiorentina ou mesmo Benfica e Sporting, que, hoje, nos superam.

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