Quando o “menos provável” nos surpreende!

Bom dia meus queridos amigos,

Vocês já foram pegos de surpresa pelo menos provável? Pois bem, nesta semana minha esposa e eu celebramos 13 anos de casados e 16 anos desde que nos conhecemos. Jamais imaginaríamos que a nossa jornada nos colocaria no mesmo chão existencial.

Quando a conheci, eu morava em Barcelona, na Espanha, e ela, por sua vez, morava em Waterloo, na Bélgica. Eu, um brasileiro na Europa, e ela, uma americana.

De fato, jamais pensaríamos que, de alguma forma, os nossos destinos se cruzariam.

Aliás, quando um amigo me disse que conhecia alguém que fazia projetos multiculturais na Bélgica, imaginei que a Johnna tivesse uns 65 anos de idade. Ela, por sua vez, achou que eu estava passeando pela Bélgica com a minha família de férias.

Quando o menos provável nos surpreende!

A nossa jornada foi construída dia após dia. Foram literalmente uns 3 mil e-mails durante quase 2 anos de intensa comunicação. Além disso centenas de conversar via Skype por horas e horas, em uma época em que o WhatsApp ainda não existia.

Lembro-me de abrir o meu Skype pela manhã em Barcelona, enquanto a Johnna abria o dela em Waterloo, e tomávamos café da manhã juntos. Dizíamos “tenha um bom dia”, fechávamos o computador e saíamos para trabalhar, como se estivéssemos na mesma geografia, embora fronteiras nos separassem.

Lembro-me também de ter ido ao cinema em Barcelona para assistir ao filme Invictus, sobre a vida de Nelson Mandela, e a Johnna ter ido ao cinema em Bruxelas, para assistir ao mesmo filme, na mesma tarde. Pensávamos um no outro e em como seria se estivéssemos juntos na mesma sala de cinema. Nosso “encontro” terminaria novamente no Skype, onde conversaríamos sobre a experiência tanto do cinema quanto do filme.

Quando o menos provável nos surpreende!

A vida faz sentido quando a olhamos para trás. Para todos aqueles que conhecem a nossa jornada, sabem que antes eu já havia morado no Canadá, e a Johnna, no Japão. A Europa foi o continente do nosso primeiro encontro. No entanto, a vida ainda nos levaria para Chicago, onde nos casamos. A jornada não pararia em Chicago. Como em um quebra-cabeça, a vida nos levaria para a Flórida, onde a nossa filha Sophia nasceria. Mas ainda não era o destino final…

A próxima parada foi o Japão, onde a nossa filhinha Júlia nasceu. Jamais imaginaríamos que voltaríamos para a Europa, reveríamos amigos queridos que deixamos para trás quando fomos para os Estados Unidos, e trabalharíamos juntos em projetos similares aos que tínhamos quando nos conhecemos solteiros.

Quando o menos provável nos surpreende!

Mas pode acontecer, pois a vida é como a obra de um tapeceiro que tece, tece e tece. Olhamos para o lado avesso do produto final e não entendemos as linhas que se cruzam, os pontos sem nós, os caminhos confusos e muitas vezes incompreensíveis. No entanto, ao contemplar a arte final, o resultado é surpreendente: cheio de cores, com contornos claros e definidos. De repente, tudo faz sentido.

Quando o menos provável nos surpreende!

Desejo a todos vocês uma excelente semana, cheia de surpresas improváveis.

Fábio
Collonges-au-Mont-d’Or