A arbitragem brasileira entra e sai ano sendo posta em xeque pela forma que atuam dentro dos gramados e, agora, nas cabines do VAR. Os juízes, no Brasil, não têm como profissão prioritária essa e acabam tendo que dividir suas atenções em outras áreas. Já tivemos casos de PM do Rio de Janeiro, outros em áreas administrativas, além daqueles que investem em Educação Física, visando essa performance durante as partidas.
Muita fraca. Assim podemos definir todo o ano de 2024 dos árbitros do país. Como não há um critério base, cada um apita à sua maneira e diante da pressão adversária, no campo ou nas coletivas de técnicos e dirigentes, condicionam o cotejo seguinte do time ‘A’ e o time ‘B’ reclama depois e assim sucessivamente. Claro, há de se dizer que, a classe de jogadores e técnicos, como Abel Ferreira e sua comissão, Zubeldia, Mano Menezes, Fernando Diniz, quando empregado, lá trás com Muricy Ramalho ou Felipão, não contribuem em nada. Porém, a arbitragem só piorou de lá para cá.
Enquanto a tecnologia do VAR foi implementada aos poucos, outros avanços tecnológicos, como de câmeras e imagens, são nítidos, então essa forma de ter um auxiliar de vídeo para corrigir ações não vista pelos componentes do campo, se tornou uma muleta para aqueles que gostam de aparecer e interferir em quase todo lance, mesmo que interpretativo. Bizarro. O VAR não foi criado para isso. Nossa arbitragem criou os próprios protocolos jogo a jogo de forma irresponsável.
Ademais, com tudo que temos de investimentos em contratações de jogadores, verbas de publicidade e transmissões, além de todo o poderio financeiro da CBF, organizadora do produto, não podemos ter imagens tão inconclusivas disponíveis para análises. Ainda mais aqui, que a arbitragem quer participar do evento mesmo não sendo necessário, afinal, os juízes de campo são compostos por cinco elementos (árbitro, bandeirinha 1, bandeirinha 2, quarto árbitro e o delegado da partida – este vira o quarto, caso ocorra uma contusão com o trio titular).
Balanço
O Campeonato Brasileiro já teve 23 rodadas completas e nenhum destes 230 jogos passamos o VAR ileso, seja atuando ou sendo citada pelos envolvidos nos confrontos. Entre os embates mais recentes envolvem Flamengo e Palmeiras, os times mais dominantes do país, atualmente, sendo seis conquistas de Brasileirão dos últimos oito e quatro das últimas cinco Libertadores. Mesmo assim, Marcos Braz e Bruno Spindel, dirigentes rubro-negros, foram certas vezes a público questionar a idoneidade da tecnologia operada por seres humanos fracos para a função de árbitro.
A briga mais recente é do Palmeiras contra Raphael Claus, árbitro FIFA, que atuou no Choque-Rei, diante do São Paulo, no Allianz Parque, que acabou com grande confusão e tendo o vídeo novamente contestado pelo Verdão, que, teve muitas bolas nas redes anuladas e, também, regularizadas via imagem, de forma repetida nos últimos duelos. No entanto, as decisões contrárias foram mais marcantes devido a complexidade do que foi visto por todos para sacramentar o lance como irregular. Ainda houve o caso de Cruzeiro e Vitória, tendo um domínio claro com a ajuda do braço, mesmo involuntariamente, iniciando uma jogada que terminou em gol dos mineiros sem ser impugnada. Surreal.
Por fim, em 19 rodadas do primeiro turno as intervenções do VAR registram 320 interrupções para atuação do árbitro de vídeo e 79 alterações nas decisões (263 com escuta do ponto eletrônico e 57 com ida à telinha). Nitidamente é um número exagerado, em sua grande maioria, foram interpretações vistas no campo e o juiz do vídeo discorda e chama para revisar a ação – isso é preciosismo e não correção. Por conta disso, muitos criticam que uma possível solução seria o impedimento semiautomático, que apenas Arábia Saudita e Itália – considerado o melhor auxiliar de vídeo do mundo, utilizam desse recurso. Vamos ver.
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