O bullying prejudica a saúde mental de crianças e adolescentes e afeta a vida acadêmica, resultando em maior incidência de faltas, mudanças de escola e desistências.
Um estudo recém-publicado indicou que adolescentes entre 12 e 15 anos que sofrem bullying na escola apresentam riscos até 3 vezes maiores de tentar suicídio.
Um levantamento realizado no Reino Unido indica que, na faixa etária de 11 a 16 anos, pelo menos 17% dos adolescentes vítimas de bullying consideram tirar a própria vida para fugir da perseguição. Além disso, 78% afirmaram que o problema causa ansiedade e pode fazê-los perder noites de sono (56%). Os novos dados ainda mostram que 57% das crianças já sofreram bullying em algum momento da vida escolar e 74% testemunharam alguém sendo intimidado.
O problema do bullying é muito grave, pois afeta diversos aspectos da vida do adolescente, incluindo a saúde mental, o desempenho acadêmico e a frequência escolar.
O bullying pode ocorrer de diferentes maneiras, por isso nem sempre é percebido pela maioria das pessoas, já que as agressões muitas vezes vêm disfarçadas de brincadeiras de mau gosto.
O ambiente escolar é um campo fértil para a prática dessa forma de violência, que pode se manifestar através de ameaças, empurrões, destruição de materiais, intimidações, discriminação, apelidos pejorativos, constrangimentos, comentários maldosos sobre a vida pessoal da vítima, dentre outras atitudes agressivas.
As provocações costumam deixar marcas na saúde mental dessas vítimas, que, pela insegurança, timidez e baixa autoestima, tornam-se alvos fáceis dos agressores e, por vergonha ou medo, não dividem o sofrimento com ninguém.
É comum surgirem sentimentos confusos, sensação de fracasso e recusa em ir à escola. Os danos são muitos, como: adoecimento físico e emocional, ansiedade, angústia, depressão, irritabilidade, isolamento social e alterações no sono ou no apetite, etc.
Há casos em que o adoecimento pode levar a ideias suicidas. O sentimento de ser excluído, de não se sentir parte do grupo, e a sensação de menor valia podem levar algumas vítimas a tomarem atitudes drásticas como uma forma de fugir daquilo que as deprime.
De acordo com a OMS, o suicídio é atualmente um problema de saúde pública. A cada ano, aproximadamente 1 milhão de pessoas tiram a própria vida, o que representa uma morte a cada 40 segundos. O Brasil tem cerca de 10 mil registros anuais.
Precisamos falar e tomar medidas que promovam a paz nas escolas.
Os alunos devem conversar com os responsáveis da instituição de ensino e promover encontros, rodas de conversa com profissionais da área de saúde mental, psicólogos e psiquiatras, para que todos tenham consciência das consequências do bullying e entendam que esse comportamento destrutivo não pode continuar na escola.
Vamos incentivar a criação de redes de apoio nas escolas com a implementação da psicologia escolar.