“Ah, como eu sonhava estar em um relacionamento, mas agora que estou parece que ainda falta algo…”
“Sonhava em mudar de casa, mudei, mas depois de um tempo, o vazio continua…”
Quantas vezes você já se perguntou por que, mesmo tendo o que desejava, ainda sente que algo não está completo? Esse sentimento de falta pode ser mais comum do que você imagina. Mas, acredite, o vazio que você sente não está nas coisas, nem nas pessoas ao seu redor.
Como diz Buda, a vida do jeito que levamos, muitas vezes parece insatisfatória. Vivemos cercados por um vazio interior, uma sensação de que falta algo, e muitas vezes tentamos preencher esse espaço com compras, festas, mudanças de visual ou até mesmo pessoas. Mas, será que isso realmente funciona? Temporariamente sim, mas logo depois voltamos no ciclo vicioso da falta.
E a resposta para essa falta constante pode estar no apego. Temos por hábito nos apegar a pessoas, coisas, status e até a ideias de quem deveríamos ser ou do que deveríamos ter para sermos felizes, mas quanto mais dependemos dessas coisas, mais inseguros nos tornamos. Afinal, nada disso está realmente sob nosso controle.
Em quantos relacionamentos, sejam amorosos ou de amizade, você já se prendeu por puro apego? E não porque esses laços te faziam bem, mas porque era mais familiar, mais confortável e aparentemente seguro permanecer nessas relações.
Ter a consciência que internamente você vive essa falta já é um primeiro passo para escolher qual caminho seguir. Mas mesmo estando consciente, não é tão fácil desapegar e deixar ir. O medo do desconhecido nos faz acreditar que o melhor é manter tudo como está, mesmo que algo dentro de nós grite por mudança.
Na verdade, o apego não nos permite ser verdadeiramente livres. Esperamos que outra pessoa ou coisa nos complete, mas ninguém pode fazer isso por nós.
Será que o apego está sabotando sua felicidade?
Pense nos seus relacionamentos e nas suas conquistas. Será que estão baseados no amor genuíno, ou no medo de perder? Quantos deles se sustentam em uma falsa sensação de segurança? E quantas vezes você se mantém preso por medo de abrir mão do que já não faz mais sentido?
O apego pode nos dar uma falsa sensação de controle e segurança, mas, no fundo, só nos deixa mais frágeis e vulneráveis. Quanto mais tentamos segurar o que está fora do nosso controle, mais sofrimento atraímos. É como tentar segurar água nas mãos: quanto mais apertamos, mais ela escapa.
E o que acontece quando você solta e deixa ir?
Desapegar não é fácil, mas pode ser a chave para o seu crescimento. Imagine como seria a sua vida se você conseguisse se libertar dos relacionamentos que drenam sua energia, das expectativas que te aprisionam, dos medos que te limitam… O que de novo poderia surgir?
Deixar ir não é desistir, mas um ato de coragem e de amor próprio. Significa reconhecer que algumas coisas, pessoas ou situações já cumpriram seu papel. Ao soltar, você abre espaço para o novo, para o que realmente faz sentido no seu presente.
A verdadeira liberdade começa dentro de você.
O autoconhecimento nos liberta. Quanto mais nos conhecemos, mais aprendemos a deixar ir o que já não serve mais.
Te convido a refletir sobre o que você está segurando que não te serve mais e que medo te impede de deixar ir.
E se você não conseguir fazer este movimento sozinho, está tudo bem, busque por ajuda e apoio. Afinal, a vida flui quando soltamos as amarras que nos prendem ao sofrimento, e esta amarra não está em ninguém, a não ser nós mesmos.