A recente decisão de Sergey Brin, cofundador do Google, de investir bilhões de dólares em pesquisas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) reacendeu debates sobre o futuro da ciência do autismo.
Esse aporte bilionário pode impulsionar avanços em áreas como genética, neurociência e inteligência artificial, abrindo novas possibilidades para diagnóstico e tratamento.
Autismo e Ciência: O Que Já Sabemos?
De acordo com o DSM-V[i] o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação, interação social e comportamentos restritos e repetitivos, manifestando-se desde a primeira infância, que se manifesta em diversos graus de severidade e funcionalidade
Não há um único perfil de TEA, pois cada pessoa manifesta características únicas, o que torna essencial que abordagens terapêuticas sejam adaptadas a cada necessidade individual.
Atualmente, as principais estratégias de suporte incluem terapias com fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, psicóloga, fisioterapeuta, psicomotricista, entre outras indispensáveis para desenvolver habilidades e estimular a autonomia, medicação para sintomas associados, como ansiedade, hiperatividade e distúrbios do sono quando necessário e tecnologias assistivas, incluindo aplicativos, softwares de comunicação alternativa e outras ferramentas digitais voltadas para inclusão.
A ciência tem evoluído para entender melhor as bases neurológicas e genéticas do TEA, mas ainda há um longo caminho a percorrer para tornar as terapias mais eficazes, acessíveis e personalizadas.
Com um financiamento dessa magnitude, algumas frentes de pesquisa podem avançar de maneira significativa, incluindo:
- Genética e Medicina Personalizada: Estudar os fatores genéticos envolvidos no TEA pode ajudar a criar estratégias mais individualizadas para diagnóstico e tratamento.
- Neurociência e Inteligência Artificial: O uso de IA pode ajudar a identificar padrões cerebrais e desenvolver abordagens terapêuticas mais eficazes.
- Desenvolvimento de Novos Medicamentos: Embora não exista um remédio para o autismo em si, novas pesquisas podem levar a tratamentos mais específicos para alguns desafios associados ao TEA.
- Inovações Tecnológicas: Realidade virtual, robôs interativos e novas ferramentas digitais podem aprimorar a aprendizagem e a comunicação.
Embora a entrada de grandes investidores na pesquisa do autismo traga expectativas positivas, é essencial garantir que os avanços beneficiem, de fato, as pessoas com TEA e suas famílias.
Um dos desafios é a acessibilidade: novos tratamentos e tecnologias precisariam estar disponíveis para todos que precisarem, e não apenas para aqueles que podem pagar por eles. Sei que parece utópico, mas é necessário pensar nesse tópico tão importante da inclusão.
Além disso, qualquer nova abordagem deve ser conduzida com ética e respeito à neurodiversidade. O foco deve estar em melhorar a qualidade de vida e a autonomia das pessoas com TEA, com respeito à diversidade neurológica.
Se você tem dúvidas a respeito dos direitos das pessoas com autismo, me escreva! E saiba: aqui é um lugar para você se sentir acolhido! Será uma honra caminhar com você nessa jornada de acolhimento e amor.
Um beijo e até a próxima quarta-feira,
Juçara Baleki
1 AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais:DSM-5-TR, tradução: Daniel Vieira, Marcos Viola Cardoso, Sandra Maria Mallmann da Rosa; revisão técnica: José Alexandre de Souza Crippa, Flávia de Lima Osório, José Diogo Ribeiro de Souza. texto revisado. – Porto Alegre: Artmed, 2023. E-pub
Fontes:
Forbes Brasil. Fundador do Google investe bilhões na busca por melhores tratamentos para o autismo. Disponível em: Forbes Brasil.
MSN Notícias. Fundador do Google investe bilhões na busca por melhores tratamentos para o autismo. Disponível em: MSN.