No decorrer de vários domingos contei sobre pequenos detalhes do meu dia e vocês queridos leitores podem ter certeza que essa foi minha infância e as lembranças que guardo do meu pai e de minha família.
Algumas pessoas até me perguntaram se a história dos famosos três tiros dentro do vestiário dos árbitros, aconteceu de verdade, sim aconteceu!
E foi logo após a partida, para salvaguardar a vida e segurança dos bandeirinhas e do juiz.
O contingente de segurança da cidade do interior de São Paulo, não conseguiria conter. E muito menos chegar a tempo para proteger todos os membros da arbitragem que estavam sendo ameaçados.
Então sim. Pura verdade, e virou lenda por que se comentou na época e estamos comentando até agora….certo?
Outras riram da cerimônia de casamento do meu pai, Dulcidio e de minha mãe, Julia, dentro da igreja no interior do Rio Grande do Sul, antes mesmo do sim. Do famoso “Declaro Marido e Mulher…” E uma infinidade de gols, que saiam da sacristia, dentro de um velho radio que anunciava os lances da jogo do Brasil na Copa de 1958.
O padre que celebrava o casamento, todos os convidados e parentes na igreja e lá iam eles.
De sua parte o padre tão apaixonado por futebol, e a Seleção Brasileira, interrompia o casório e escutavam os gols com grande satisfação, e corriam para perto do rádio, quase uma “cômoda” de tão grande!
E assim a cerimônia corria bem, até ser interrompida de novo e de novo, tantas vezes até a vitória memorável do Brasil e da Seleção Canarinha.
O jogo do Corinthians e Ponte Preta de 1977, onde o Corinthians ganhou a partida e o Campeonato por um gol fabuloso de Basílio. Onde o meu pai Dulcidio Wanderley Boschilia, foi o arbitro.
Ainda ouço, algumas pessoas reclamando da expulsão do Rui Rey, jogador naquele momento, defendendo as cores da Ponte Preta.
Os momentos em casa, onde desenhava, cozinhava de forma curiosa, e corria ao telefone perguntando para minha avó, que temperos deveria usar. E assim fazia massas, doces, compotas e bolos para comer com chocolate quente.
Contei as tantas brincadeiras, que meu pai fazia, do seu riso solto e feliz que demonstrava para todos, onde se sentia a vontade e confiante.
Contei detalhes que fazem a minha memória, querer que eu me lembre para sempre do homem, do pai, do amigo, do menino de São Paulo, do bairro do Ipiranga, que nasceu muito a frente do seu tempo.
Me perdoem meus amigos, mas sou filha e sempre serei, dia 14 de maio, meu pai faleceu após uma doença cruel e impiedosa. Precisava contar como uma homenagem à Dulcidio Wanderley Boschilia. E peço à Deus que eu possa preservar minhas histórias e a minha saudade.
Sobre a atual situação da CBF, de imediato lembrei de uma velha canção de criança. …”Escravos de Jó, jogavam caxangá, tira, põe, deixa ficar, guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue, zá…! ”
Desde 2017 estamos nessa situação de descobrir os desvios, as verdades, as denúncias à respeito de uma administração no mínimo suspeita. Mas nesse “zigue, zigue, zá…Ainda estamos apenas assistindo. E parece que não está perto ser desvendado.
Ancellotti é “coisa nossa” e vem para consertar não a Seleção Brasileira, mas o sentimento de orgulho, de confiança, de certeza no que ainda reside em cada torcedor brasileiro, descontente, desconfiado e decepcionado. Tomara que dê certo! A história do Futebol Brasileiro é fabulosa, incomparável e precisa ser reconhecida e reverenciada pelas novas gerações.
Como deixar se perder no tempo….De jeito nenhum!
Pelé, Rivelino, Nelinho, Tostão, Júnior, Zico, Rivaldo, Cerezo, Cafu, Taffarel, Romário, Amaral, Roberto Dinamite, Dirceu, Reinaldo, Carlos, Waldir Peres, Ronaldo, Oscar, Sócrates, Silas, Rai, Kaka, Leão, Dida. Escreveram seus nomes na História do Futebol e merecem ser lembrados sempre!
Obrigada por sua leitura, e até a semana que vem!
