Falamos tanto sobre presença, mas vivendo cada vez mais ausente. Às vezes, por distração. Outras, por rotina. E quase sempre, pela ilusão de que ainda temos tempo.
Mas venho me perguntando quanto tempo passamos com quem realmente desejamos?
Essa pergunta tem me atravessado. Porque é fácil se perder nos compromissos, no cansaço, nas notificações. Parece que o dia mal começa e já terminou. A vida vai se acumulando em pendências enquanto os encontros mais preciosos vão sendo adiados.
A gente vive dizendo que a vida é curta, mas segue tratando os momentos importantes como se fossem eternos.
Quantas vezes você já adiou um café com alguém querido? Quantas vezes deixou um “vamos marcar” sem data? Quantos passeios com quem você ama viraram promessa de um “qualquer dia”?
O tempo passa enquanto a gente olha para a tela
Vivemos conectados, mas estamos distantes. Conversamos por mensagens, mas quase não nos escutamos. Muitas vezes, mesmo quando estamos juntos, estamos ausentes: presos no celular, em pensamentos, em tarefas…
E o mais preocupante é que nem sempre percebemos o quanto isso dói, em nós e no outro.
Será que temos nos escondido atrás da desculpa do “muito o que fazer” para evitar a intimidade da presença real? Mas e se estivermos usando isso como desculpa para fugir da presença, da vulnerabilidade de estar inteiro com alguém?
Será que estamos mesmo vivendo… ou só existindo em modo automático?
Estar com alguém é mais do que dividir o tempo é dividir presença
Tenho pensado nisso com frequência. Em como é raro estarmos inteiros em um encontro. Em como a presença virou um luxo, e o olhar verdadeiro, um presente raro.
A presença, aquela de verdade, que escuta com atenção, que sente o momento, que não corre, essa presença tem ficado para depois. E a vida, essa que pulsa no agora, não espera.
Por isso, eu deixo aqui algumas perguntas que tenho feito a mim mesma, e talvez façam sentido para você também:
Com quem você realmente gostaria de passar mais tempo?
Quem te faz bem, mas tem ficado longe demais?
Que momentos simples você tem deixado escapar?
Você está de fato presente… ou apenas por perto?
Caminhar ao lado de alguém é um privilégio
E não precisa ser uma grande viagem. Pode ser um passeio a pé, uma conversa sem pressa, um café tomado olhando nos olhos. Pequenos gestos que alimentam vínculos e que não voltam quando ignorados.
Porque a verdade é que a vida não se mede em anos, mas em presenças.
E talvez o que mais importe agora seja com quem você quer passar… e quando será.