Sacheto: Reedição do Paulistão de 1977 chegando?

Claro que não podemos dizer que tudo está definido no Paulistão, mas a primeira rodada das semifinais aponta para uma decisão surpreendente no campeonato. Corinthians e Ponte Preta podem voltar a se enfrentar, exatamente 40 anos depois da decisão que mudou a história do Timão. Seria uma coincidência incrível.

 

A vitória da Ponte Preta sobre o Palmeiras, em Campinas, por 3 a 0, deixou quase todo mundo de queixo caído. Ninguém imaginava que o Verdão fosse voltar do estádio Moisés Lucarelli com um chocolate para casa neste domingo de Páscoa.

 

A Macaca acabou com o Palmeiras logo de cara. O gol aos 40 segundos de jogo de William Pottker desestabilizou o time alviverde. O segundo gol, de Lucca, ainda nos primeiros minutos do jogo, deixou ainda mais atordoado a equipe de Eduardo Baptista. E a escorregada de Zé Roberto que originou o terceiro gol, feito pelo lateral Jeferson, enterrou qualquer chance de o time da capital mudar a história do jogo.

 

O Palmeiras voltou para o segundo tempo completamente entregue. Talvez o lado psicológico tenha pesado e o treinador não tenha conseguido mudar o ânimo do grupo durante o intervalo. O time voltou mortinho da Silva. Tanto que o goleiro Aranha não fez uma grande defesa. E o árbitro ainda deu uma mão, pois era para ter sido marcado um pênalti de Fernando Prass em Pottker. Aí, com 4 a 0, a vaca (ou o porco) teria deitado de vez.

 

Obviamente, não podemos desprezar a força do Palmeiras, ainda mais jogando no seu estádio e mordido pela vergonha que um vexame desse porte causa. O próprio Verdão já reverteu um placar quase impossível, há 21 anos. Na disputa válida pelas quartas de final da Copa Libertadores de 1995,  o Alviverde perdeu por 5 a 0 para o Grêmio, em Porto Alegre. Na volta, no antigo Palestra Itália, o Palmeiras saiu perdendo por 1 a 0, mas teve forças para fazer cinco gols. Faltou unzinho. Mas foi uma noite mágica. Também ouviremos muitas citações sobre a virada heroica do Barcelona sobre o PSG. Mas o fato é que está muito mais para a Ponte.

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Já no clássico Majestoso, o Corinthians, desacreditado, tido como azarão desde o início do campeonato, fez uma partidaça e saiu do Morumbi com uma vantagem também muito difícil de ser revertida. Não vejo o time levando de três no Itaquerão.

 

O time dirigido por Rogério Ceni, por sua vez, leva mais uma pancada dentro de seus domínios – outrora quase intransponíveis – e fica mais longe da final. Já está praticamente eliminado da Copa do Brasil pois, convenhamos, será quase impossível reverter os mesmos 2 a 0 de desvantagem para o Cruzeiro de Mano Menezes no Mineirão. Mas, Deus é quem sabe.

 

Para o Tricolor, especialmente o seu técnico, fica o recado de que está na hora de ligar o desconfiômetro em relação ao trabalho do mestre Ceni. Tenho visto entrevistas arrogantes, explicações repletas de estatísticas sobre as atuações do time. Ele parece engolir um chip com as informações que a sua comissão anota durante os jogos antes de falar com os jornalistas.

 

Mas, gostaria de lembrar ao Rogério – ainda novo na profissão de treinador – que o futebol é muito simples: ganha quem coloca mais vezes a bola dentro das redes do adversário. Se não fizer gols ou marcar a mesma quantidade do adversário, dá empate. É isso.

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