Recentemente, encontrei um amigo de infância. Durante bate-papo numa cafeteria me contou ter passado momentos turbulentos com a separação judicial litigiosa que enfrentou. Narrou que a filha sofrera alienação parental promovida pela mãe, a qual chegou ao ponto de acusá-lo injustamente de pedofilia. Após 6 anos sem poder ver a menina, em razão de decisão judicial, quando correu o risco de ser preso se descumprisse a sentença, às duras penas conseguiu provar sua inocência e agora estava tentando retomar a confiança e amizade da filha, que tem por volta de 10 anos de idade.
A primeira conclusão, é que o desacerto do casal, as brigas constantes durante o convívio e o embate na justiça, sem sombra de dúvida, foram causas de sofrimento maior por parte da menor de idade e não daqueles que a geraram.
Em conflitos conjugais, os adultos ficam com a raiva, a amargura, o ódio latente e o sentimento de frustração, mas os filhos estão sujeitos a traumas, às vezes, por toda a vida, em razão dos problemas gerados por aqueles que deveriam transferir paz e tranquilidade, principalmente na primeira fase de crescimento humano, ou seja, até os seis anos de idade.
Sempre digo que não é salutar apontar culpados na hora da separação, mas uma coisa é certa, neste caso, faltou inteligência emocional ao casal para não envolver a filha de tenra idade em seus problemas de adultos.
Não é preciso ser psicólogo ou terapeuta familiar para dizer que crianças devem ser poupadas das baixarias, desavenças e até agressões físicas promovidas pelos pais. O terror psicológico, então, nem se fala.
Na hora da separação, se deveria pensar mais na integridade emocional dos filhos, do que na repartição de bens. Tive acesso a uma outra história, que me garantiram ser verídica, e que vale a pena reproduzir como lição de vida para muitos casais que estão em fase de separação tumultuada.
Uma mãe solteira reclamava sempre por criar seu filho sozinha; xingava muito o pai da criança. Uma senhora, percebendo que aquele tipo de atitude poderia prejudicar emocionalmente o garoto, comentou que o correto seria ela elogiar o pai do menino, para que a criança não tivesse um mal exemplo ou até mesmo nutrir sentimento de raiva.
A mãe não dormiu direito aquela noite. Refletiu que seu filho não merecia receber toda a raiva que ela sentia do homem que namorara e amara, mas que a abandonou ao saber da gravidez inesperada.
No dia seguinte, ela parou de falar mal do pai da criança. Ao completar 5 anos de idade, o menino desejou saber quem era seu pai. A mulher não sabia o paradeiro do ex-namorado, que havia mudado de cidade para local ignorado. Dessa forma, resolveu inventar que o pai havia falecido momentos antes do nascimento e por isso não foi possível fazer o registro dele na certidão.
Meses depois, o filho passou a perguntar qual era a profissão do genitor. A mãe não mentiu e disse que o pai tinha se formado em engenharia e que sonhava construir pontes.
Muitos anos se passaram e o filho acabou sendo o orador da turma de formandos da faculdade de engenharia. Em seu discurso, disse que dedicava o diploma ao pai, que não conheceu, mas que aprendeu a admirar e amar.
Reflitam sobre isso. Na próxima semana volto com mais textos sobre segurança!