O torcedor são-paulino continua seu martírio nesta temporada ao ver o time derrotado na Arena Fonte Nova, em Salvador, pelo Bahia, neste domingo. Em que pese os erros de arbitragem que poderiam ter mudado o resultado final da partida – um gol em impedimento do time baiano e um pênalti não dado para a equipe paulista -, o São Paulo deixou a impressão de estar ainda distante de sair da crise e se recuperar no Campeonato Brasileiro.
O embalo pela virada histórica diante do Botafogo já se perdeu nas duas derrotas seguidas na competição. O clube do Morumbi continua ticando os vários itens que constam na relação para chegar à Série B: troca de treinadores, contratações equivocadas, desequilíbrio, inconstância e falta de sorte, entre outros. Mas continuo enfatizando a responsabilidade da cúpula são-paulina nesse fiasco que vem sendo o ano de 2017 para os tricolores.
Já há alguns anos, o São Paulo sofre com uma série de administrações trapalhonas e suspeitas. Desde Juvenal Juvêncio, passando por Carlos Miguel Aidar e chegando em Carlos Augusto de Barros e Silva. O sr. Leco pensou muito mais em sua eleição do que no São Paulo. Fez uso eleitoreiro de Rogério Ceni. Jogou o nome do ídolo e do clube em uma situação incerta e que terminou de forma embaraçosa. No fim, empurrou toda a responsabilidade do fracasso no treinador ainda inexperiente, tentando fazer todos acreditarem que o clube deu todas as condições para que o técnico trabalhasse. Uma vergonha.
Uma decisão acertada, no meu ponto de vista, foi ter trocado a comissão técnica antes que a situação na tabela ficasse irrecuperável. No entanto, o novo comandante e os jogadores recém-chegados não conseguem fazer o time engrenar. Realmente, é difícil entrosar uma equipe em plena competição e com a sombra do rebaixamento escurecendo o ambiente. Ainda há muitas rodadas pela frente, mas não é tão simples se reabilitar em um campeonato como o brasileiro, no qual há um equilíbrio impressionante e praticamente todos os jogos são duríssimos.
Se ocorrer o pior, não se enganem. Os responsáveis – aqueles que devem ser cobrados pelo fracasso – não são os jogadores e a comissão técnica. Os torcedores devem exigir explicações dos dirigentes fanfarrões que usaram o caixa do clube como bem entenderam e brincaram com a história de uma instituição com milhões de fãs.
E o mesmo valeria para a diretoria do Corinthians, que fez tudo para jogar o clube em uma crise profunda neste ano. A diferença é que, no caso do time alvinegro, a sorte ajudou, pois a competência do técnico Fábio Carille tornou o Timão em um dos exemplos mais impressionantes de sucesso na história recente do futebol brasileiro. Afinal, ninguém esperava que essa equipe teria tanto sucesso assim.
Não nos esqueçamos, o planejamento da diretoria chefiada pelo presidente Roberto de Andrade foi terrível. Venderam dúzias de jogadores, trouxeram uns poucos – Jô estava desacreditado – e tornaram o corintiano motivo de chacota com a “contratação” de Didier Drogba, para citar somente um caso. Porém, acertaram na mosca quando efetivaram Carille e lhe deram apoio total. Foi um achado. E, dessa forma, o Corinthians termina o primeiro turno do Brasileirão invicto e rumo ao título mais improvável dos últimos anos.