Sacheto: São Paulo e Corinthians voltam a vencer no Brasileirão

O São Paulo conquistou uma vitória importantíssima neste domingo, em Salvador, diante do time rubro-negro baiano, na 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. Foram três pontos fundamentais na briga contra o rebaixamento, apesar de o clube paulista ainda figurar no Z4 da competição. E não interessa se a equipe levou sufoco no fim ou não. Vencer era necessário.

 

Agora, os jogadores terão um pouco mais de tranquilidade e confiança na preparação para o grande clássico contra o Corinthians, líder do Brasileirão, marcado para o próximo domingo, no Morumbi. O triunfo contra o rival – que seria o segundo seguido no Nacional – poderá reabilitar definitivamente o São Paulo no campeonato. Pelo menos no aspecto psicológico.

 

O time tricolor fez boa partida na Bahia e poderia ter ido para o vestiário durante o intervalo já com a vantagem no placar. No segundo tempo, voltou ainda mais determinado e construiu o resultado diante do Vitória com Éder Militão e Cueva. Aliás, o peruano parece ter sido religado em alguma tomada, pois mostrou outra postura em campo.

 

Enquanto a torcida são-paulina festejava a vitória, o seu adversário na próxima rodada do Brasileiro vencia o Vasco, no Itaquerão, quebrando uma sequência de resultados negativos – duas derrotas no torneio nacional (Atlético-GO e Santos) e um empate, em casa, contra o Racing, da Artentina, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.

 

A partida entre o Corinthians e o clube carioca teve lances polêmicos. A arbitragem foi bastante questionada e, mais uma vez, me parece que com razão. Mas, pênaltis não marcados ou gols assinados com a mão à parte, gostaria de me ater à atitude – ou a falta dela – do atacante Jô, autor do tento que deu números finais à partida.

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Jô, artilheiro do time, campeão paulista deste ano, de crédito renovado com torcedores e críticos, disse após o apito final que não sentiu em qual parte do corpo dele a bola tocou antes de morrer no fundo das redes de Martín Silva, goleiro do Vasco. Foi uma declaração profundamente infeliz e que exala falsidade do jogador. Ele disse que se jogou e, se o juiz deu o gol, então foi. Ridículo.

 

Confesso que esperava muito mais de quem cobrou atitude por parte de colegas de profissão em outra entrevista publicada por uma agência de notícias. Pior ainda, por alguém que foi beneficiado pelo fairplay de um adversário em um clássico importantíssimo – a semifinal do Paulistão deste ano. Aliás, não fosse a honestidade do zagueiro Rodrigo Caio, do São Paulo, Jô teria recebido um cartão amarelo e não jogaria a segunda partida da eliminatória. Desta forma, não teria a oportunidade de marcar o gol de seu time naquele jogo.

 

Para quem possa pensar que me refiro aos pontos conquistados com o gol irregular marcado pelo Corinthians, não é essa a minha intenção. Não estou discutindo se o time A, B ou C foi prejudicado antes e “compensado” depois nesta partida ou em outra dentro de qualquer campeonato. O ponto do meu comentário é a questão dos valores: honestidade, sinceridade, credibilidade e outros que a gente, muitas vezes, deixa de lado quando discute futebol.

 

Rodrigo Caio está em péssima fase técnica, tem falhado em vários lances decisivos que atrapalharam o São Paulo, perdeu o lugar na seleção brasileira, foi criticado até por são-paulinos pela atitude que tomou – até pelo ídolo e ex-técnico Rogério Ceni -, mas tem o meu respeito. No caso de Jô, fica a frustração por notar que muitos desses caras que se tornam referência para milhões de crianças estão longe ser exemplos de caráter. Uma pena, pois nunca é somente futebol. É sempre muito mais.

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