Lilian Schiavo: Empreendedorismo Feminino na Terceira Idade

O país está mudando e precisamos estar atentos a novas oportunidades de negócios.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), até 2025 o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos e projeções do IBGE apontam para 2020 uma população aproximada de 30 milhões de pessoas na chamada melhor idade. A medicina contribuiu para aumentar a expectativa de vida com qualidade de vida.

A população está envelhecendo e criando um nicho de mercado específico. Este público-alvo tem necessidades que vão desde a procura por viagens, passeios, gerontologia até a busca por novos desafios.

O empreendedorismo na terceira idade surge com uma força e características próprias como o conhecimento adquirido ao longo dos anos, a experiência acumulada e um sonho adormecido, além de ser uma ótima oportunidade de ter uma vida ativa e aumento na renda familiar.

As mulheres empreendedoras contribuem para mudar a situação sócio-econômica do país, pois segundo a ONU elas priorizam a educação e saúde da família.  

Atualmente,  cerca de 3,1% dos empreendedores brasileiros tem mais de 60 anos contabilizando aproximadamente 650.000 pessoas.

Para quem ainda não se convenceu do poder das mulheres na melhor idade, o estudo do Relatório GEM 2011 (Global Enterpreneurship Monitor’s) calcula que 1,4 milhão de empresas brasileiras com até 2 anos de existência são comandadas por pessoas entre 55 e 64 anos.

Infelizmente, apesar de todos esses dados, carecemos de políticas e programas de apoio governamental voltados para a terceira idade, como a promoção de cursos e financiamentos para as empreendedoras.

É uma pena desperdiçar toda a capacidade, força, maturidade e sabedoria existente na terceira idade.

Eu estou me aproximando dessa fase da vida e convivo com amigas extraordinárias que tem me ensinado muito e principalmente me mostram uma energia contagiante, um recomeçar diário, uma fonte de motivação e histórias fantásticas de superação.

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Tem a Ana, com uma alegria de viver absurda, ela dança jazz, é advogada e foi procuradora de justiça. É incansável e pensa que deveríamos ter um resort para a terceira idade nos Jardins para poder aproveitar a vida sem se preocupar com os afazeres domésticos.

Nesse ponto, lembrei da minha mãe que era médica e não sabia cozinhar, seu sonho era morar num hotel.

Tem a Marília que teve uma carreira muito bem sucedida e após casar seguiu o marido famoso pelo mundo afora, ela sorri com o olhar e é uma das pessoas mais carinhosas que conheço.

Tem a Lu, que dedica a vida dela para ajudar muitas pessoas através de uma ONG que visa a inclusão social e resgate da cidadania e possui 10 unidades de atendimento.

Tem a Maria Cecília, psicanalista e coordenadora de um projeto para zerar o deficit de vagas nas creches do Capão Redondo, ela luta pela educação das crianças há muitos anos.

Tem a Vera, jornalista e professora de educação física que teve uma doença renal gravíssima e durante o tratamento escrevia para os jornais. Ela tem uma história de superação incrível.

Tem a Anna que foi embaixatriz, morou em vários países e por isso é poliglota e dona de uma beleza atemporal.

Tem a Márcia, uma sumidade no mercado financeiro, presidente de uma associação internacional de mulheres profissionais que foi responsável pelo primeiro convite que recebi para uma palestra de mulheres há mais de 20 anos! Sim, ela é uma pioneira! Além de ser uma referência afetiva, pois faz parte da minha vida.

Tem muito mais, mas fica para uma próxima vez. Todas elas tem mais de 60 anos e são um exemplo de vida para mim.

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Todas elas foram desbravadoras e abriram caminho para a geração atual. Atualmente contamos com um grande número de associações voltadas para o empreendedorismo feminino e defesa dos direitos das mulheres, avançamos com leis que combatem a violência contra as mulheres e ações criadas para incentivar a igualdade de gênero.

“Se o tempo envelhecer o seu corpo mas não envelhecer a sua emoção, você será sempre feliz.” Augusto Cury.

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