Fazia um tempo que não visitava o Boat Show, então esse ano resolvi passar uma tarde por lá, ver as novidades e saber se o mercado náutico está aquecido. Essa edição da feira que comemora 20 anos, aconteceu no São Paulo Expo, antigo Centro de Exposições Imigrantes na zona sul de São Paulo.
Nessa edição porém, alguns estaleiros importantes, nacionais e internacionais não participaram, tornando esse salão menor do que os anteriores.
Fiz um pré-cadastro pelo site e ao chegar haviam tótens onde digitei meu CPF, cliquei na data da visita e uma etiqueta foi impressa com meu nome para ser colada na credencial.
O evento agrega segmentos que abastecem os setores náutico, de pesca e de mergulho. Mas também segmentos que expõem para aproveitar o público selecionado que frequenta essa feira. Haviam estandes de motores, radares, cama mesa banho e decoração para os iates, quadriciclos, turismo, estofados, calçados e roupas especiais para o setor, dentre outros.
Algo que me chamou a atenção foi o Espaço dos Desejos totalmente dedicado ao mercado de luxo e composto por estandes de carros, lançamentos imobiliários, helicópteros, jóias, óculos, grupos hoteleiros e até um restaurante com o chef Benoit Vidal, detentor de 2 estrelas Michelin.
Marcas de automóveis como a Volvo e a Mercedes expõem com a certeza de que atingem um público alvo e apto pra adquirir seus produtos de luxo.
Uma elegante seleção de canetas especiais foi trazida pela Faber-Castell pra o evento. A imobiliária Abyara Brasil Brokers expunha um empreendimento na Vila Olímpia, também atrás de um público específico. Dizem que o Boat Show é a feira de negócios com o público mais seleto de todo o Brasil.
A organização do evento estava muito otimista em relação ao aquecimento desse mercado e com o fechamento de negócios, pois na Rio Boat Show que aconteceu em abril desse ano, os estaleiros já haviam sentido uma melhor reação e esperavam retomar a curva de crescimento do setor, logicamente prejudicada pela crise no país.
Deixei para ir no último dia da feira, justamente para tentar perceber e ter mais dados sobre a efetivação de vendas e se, pelo menos, o público voltou a pensar em adquirir uma lancha, iate, moto náutica, etc.
Conversei informalmente com alguns expositores e, além disso, pelo sorriso no rosto nos estandes, pude perceber que, assim como previam os organizadores, o setor realmente vem reagindo positivamente.
Houve um expositor que vendeu 20 unidades de sua lancha rápida, inclusive as duas que estavam expostas no estande. Voltou para o Nordeste onde mora na noite do último dia da feira com um largo sorriso no rosto, bolso cheio e otimista quanto ao futuro.
Porém, desde a última vez que havia estado na feira, percebi uma diferença: uma maior variedade de financiamentos, facilidades para pagamento, parcelamentos e negociações para que o chance de vender não fosse perdida, e o cliente já saísse de lá com o negócio fechado.
O maior barco da feira deste ano, o Azimut 74 tem quase 23 metros de comprimento e capacidade para 23 pessoas durante o dia e 8 durante a noite. É o primeiro barco de grandes dimensões que utiliza a fibra de carbono garantindo assim maior leveza e resistência.
O Azimut Benetti Group foi eleito pela décima sétima vez consecutiva, o maior estaleiro de luxo no mundo. Possui 5 fábricas na Itália e 1 no Brasil. É um grupo que cresce constantemente desde 2005 quando atingiu a marca de 1 bilhão de euros de faturamento global.
Outra atração da feira é o Intermarine 62 que inova ao oferecer duas plataformas laterais retráteis que abaixam quando o barco está parado, oferecendo uma nova área para curtir o passeio.
No Brasil, a Intermarine é a mais prestigiada marca e o principal estaleiro de luxo, tendo vendido mais de 6 mil unidades nas últimas décadas.
Com toda a certeza, o Boat Show é um evento de grande importância, ainda mais em um momento onde podemos enxergar uma reação econômica em vários setores que permaneceram por muitos meses parados.
Para todos os gostos e bolsos, o evento traz embarcações de milhões de reais mas também é possível adquirir uma lancha rápida construída em fibra de vidro por cerca de 40 mil reais.
Nas feiras anteriores, percebia um público predominantemente masculino e claro que a maioria dos visitantes ainda é masculina, porém dessa vez vi muitas famílias visitando a feira, entrando nas embarcações e discutindo juntos a possível aquisição de um iate, democratizando assim a escolha.
Acredito que, depois da crise, a compra de um bem desse porte deve ser ainda mais avaliada. Assim como um carro que exige manutenção constante e abastecimento de combustível, com um barco isso também acontece. É necessário seguro, é preciso levar em conta onde o barco ficará guardado pois as marinas e iates clubes cobram mensalidades, o custo do marinheiro, e por aí vai. Mas ter um barco é incrível, é uma liberdade com luxo e estilo, uma casa itinerante em alto mar, lagoa ou represa, é um lugar de união de amigos para uma pesca ou para a família aproveitar as férias e finais de semana.
Fiquei muito feliz com o passeio, com a conversa que tive com os expositores, com o otimismo dos mesmos para um futuro próximo e principalmente com o público que estava animado e que pôde encontrar mais variedade financeira para arcar com esse sonho.
Um beijo a todos e excelente semana.
Dani Mollo.
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