Gio Giacomini: A relação entre Mindfulness e nutrição

Já ouviu falar do termo mindfulness?  Este termo, inclusive na Nutrição Comportamental, significa Atenção Plena. Está é uma abordagem de como a meditação, estudada cientificamente, pode contribuir no tratamento de desordens alimentares, dieta para redução de peso e para ajudar as pessoas a fazerem melhores escolhas e mais conceitos e, porque  não, gerenciar melhor o estresse e aumentar a qualidade de vida.

Nunca se falou tanto em alimentação. “Gordice”, “jacar”, “engordativo”, “chutar o pau da barraca”, extrapolar. Essas e tantas outras expressões estigmatizam o ato de comer nas redes sociais, não bastasse toda hora surgir uma nova dieta que promete secar 5 quilos em 1 semana ou derreter gordura para o projeto verão.

O mais curioso é que, paralelamente, a obesidade e os distúrbios alimentares têm aumentado nos quatro cantos do planeta. Na contramão desse cenário, despontam movimentos que ajudam a resgatar a boa relação com a comida, sendo aliados inclusive, no combate à compulsão alimentar e, consequentemente, ao ganho excessivo de peso.

O mindful eating é uma dessas estratégias. Numa tradução livre para o português, o conceito pode ser definido como comer com atenção plena. É uma maneira diferente de se alimentar, uma abordagem que envolve corpo e mente.

As primeiras aplicações do método visavam ao tratamento de dores crônicas, mas com o passar do tempo, as técnicas  tem mostrado excelentes resultados para problemas como a ansiedade e a depressão, entre outros, e não faltam evidências  sobre seus benefícios.

Um trabalho publicado no periódico OBESITY REVIEWS revela que o modelo mindful eating pode contribuir para a mudança de comportamentos alimentares relacionados com a obesidade. Para chegar a essa conclusão, os estudiosos esmiuçaram 21 pesquisas. Comer com atenção plena envolve reservar um tempo e espaço para saborear a refeição, contemplando. Agradecendo, percebendo texturas, gostos, aromas com muito prazer e sem julgamento. Isso leva à Nutrição Comportamental, que não é simplesmente o que vai a mesa. Não existem alimentos melhores ou piores, permitidos ou proibidos nem culpas.

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É como controlar sua fome: A atenção plena favorece a autorregulação do comer. É uma técnica que ajuda a evitar os exageros, o que, de quebra, dá um chega pra lá no ganho de peso. Melhorando a compulsão e a impulsividade alimentar, além da promoção do bem-estar e de ganho de qualidade de vida.  

Quando  se exercita o mindfulness eating ocorre uma remodelação de áreas do cérebro e a formação de novas sinapses entre os neurônios, a chamada neuroplasticidade. Isso colabora, entre outras coisas, para uma redução das áreas automáticas diante da comida e ao perigo de levar garfadas à boca sem estar com mínimo de fome. Em outras palavras, ocorre uma melhora percepção e diferenciação do que é desejo, necessidade ou vontade. Além disso, a técnica colabora no sentido de evitar aquele apetite voraz impulsionado por emoções.

Afinal , quem já não devorou uma caixa de bombons chorando uma desilusão amorosa?

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