Existe saudade de tudo o que é jeito.
Tem saudade que faz bem,
Um querer sem fim,
Um lembrar de alguém.
Saudade que a gente não sabe nem porque tem ou sente, só existe
Ponto e fim.
Tem saudade que faz brotar sorrisos intermináveis,
Uma coisa que se disse, outra que se ouviu,
Um troço que bagunça gostoso o peito..
Desarruma depois conserta,
Num aconchego de rede a beira mar.
Tem saudade que sangra.
Aquelas que doem o corpo
Ah, eu sei que tem sim esse tipo de saudade e vocês todos já sentiram também. Não há gente que não tenha passado por isso.
Saudade que faz criança quem já é adulto,
Saudade que ilumina o mundão que somos ,
Que ora chora,
Que ora ri,
Que ora é tudo, e não cabe em si.
Tem saudade que faz a gente agir, se não pensa,
E faz pensar… só pensar, sem agir. Como se ela não estivesse ali, escondida, espreitando, naquele gole de café.
Tem saudade que é colorida e esparrama uma vontade de viver que a gente nem pode medir.
… Saudade doida que atira a gente noutro planeta, cabeça nas nuvens, um brilhar de olhos quase juvenil. E só.
Lembro das saudades que já tive. Todas de uma beleza singular. Bonito de ver, às vezes, amargo de engolir. Mas minhas! Genuínas…
Pequenas pintas que se espalham pelo corpo quanto mais a gente envelhece.
Olhando para cada uma das minhas saudades percebo o quanto já fabriquei de amor para sentir e, como cada amor – amigo, amante, passagem – é pérola no meu oceano e faz parte da minha viagem.
Tem saudade que a gente sente que é o suficiente para anotar no papel…
Como esta saudade que sinto agora, sem pressa nem hora.
Que não é triste nem feliz, é só lembrança.
Porque para ter saudade basta ser gente, ter o coração batendo e acordar, numa nova manhã, que a saudade vem.
E bate na porta.
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Imagem 01: Fotógrafo Morgade / @morgade
Uma resposta
Mais um belíssimo texto que nos faz refletir e sentir como é importante se sentir saudades…
Forte abraço