Ele tocava meu corpo como estrada a ser explorada…
Cada curva, cada saliência…
Cada relevo…
Topografia lida em braille, minuciosamente estuada nas minhas terras profundas, pouco exploradas.
Ele invadia meu corpo me olhando nos olhos… e eu traduzia cada desejo…
Cada nota musical de sua respiração…
Tão fluido e fácil como a uma dança milimetricamente calculada no calor de dois corpos.
Ele mapeava meus terrenos irregulares como quem busca água…
Como quem busca as lavas de um vulcão aparentemente inativo.
Ele estava em mim.
Eu estava nele.
E a sensação de pertencimento (um do outro) se fazia, sem esforços.
Observar aquele homem em seu ápice era minha loucura, e ele sabia disso.
Assim, éramos “Um”.
Porque ver a mim, incendiando, o fazia sorrir, vibrar, delirar…
Como se eu, ao me entregar, sem saber, desse a ele, todo o poder do mundo à ponta dos seus dedos e à nossa imensa conexão.
Roberta de Moraes
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