A CID-11 e As Atualizações No Diagnóstico Do TEA – Transtorno do Espectro Autista

Créditos: Telemedicina Morsch

A Classificação Internacional de Doenças (CID) é muito mais do que um manual técnico; é uma ferramenta global criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir que diagnósticos e tratamentos sejam compreendidos da mesma forma em todo o mundo.

Ele ajuda médicos, terapeutas e outros profissionais a falar a mesma língua quando se trata de diagnósticos.

Para nós, famílias de pessoas com autismo, o CID é importante porque influência como o autismo é entendido, diagnosticado e tratado.

No dia 1º de janeiro deste ano, o Brasil deu um passo importante ao adotar a 11ª edição da CID, chamada CID-11. Essa nova versão reflete avanços científicos e traz novidades importantes para a compreensão e o reconhecimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

 

A História do Autismo no CID:

  • CID-8 (anos 1960): O autismo era erroneamente classificado como “Esquizofrenia Infantil”, indicando uma falta de entendimento sobre sua natureza.
  • CID-9 (anos 1970): Houve uma distinção entre autismo e esquizofrenia, marcando um avanço significativo.
  • CID-10 (anos 1990): o Autismo foi subdividido da seguinte forma:
    • F84.0: Autismo infantil
    • F84.1: Autismo atípico
    • F84.2: Síndrome de Rett
    • F84.3: Outro transtorno desintegrativo da infância
    • F84.4: Transtorno com hipercinesia associada a retardo mental e a movimentos estereotipados
    • F84.5: Síndrome de Asperger
    • F84.8: Outros transtornos globais do desenvolvimento
    • F84.9: Transtornos globais não especificados do desenvolvimento.

 

Embora representasse um avanço, essa subdivisão trouxe desafios, como diagnósticos inconsistentes e dificuldades na definição precisa das condições dentro do espectro.

 

  • CID-11 (atual): Todas as formas de autismo estarão denominadas como Transtorno do Espectro Autista, mas com especificadores que detalham melhor as características individuais.
    • 6A02.0: TEA sem deficiência intelectual e com pouco ou nenhum comprometimento da linguagem.
    • 6A02.1: TEA com deficiência intelectual, mas pouco ou nenhum comprometimento da linguagem.
    • 6A02.2: TEA sem deficiência intelectual, mas com comprometimento da linguagem.
    • 6A02.3: TEA com deficiência intelectual e linguagem comprometida.
    • 6A02.Z: TEA sem especificações adicionais, quando as informações são insuficientes.
Veja Também  Sem discriminação: o autismo e o direito ao plano de saúde

 

Como Isso Pode Beneficiar Sua Família?

  • Diagnósticos mais detalhados: Médicos e terapeutas podem identificar melhor as necessidades e características de cada indivíduo.
  • Tratamentos mais eficazes: A descrição detalhada permite planejar intervenções personalizadas.
  • Maior compreensão de educadores e profissionais: Isso pode resultar em abordagens mais inclusivas e respeitosas.
  • Justificativa para apoios específicos: A classificação detalhada pode ajudar a garantir terapias e serviços adequados.

 

Além disto, a CID-11 está alinhada ao DSM-5, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, ou Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, foi desenvolvido pela Associação Americana de Psiquiatria (APA) com o objetivo de unificar os critérios para diagnóstico de condições que impactam a mente e as emoções. Essa uniformidade facilita as pesquisas e estudos globais que podem ser comparados de forma mais eficaz e ainda podem promover a adoção de estratégias terapêuticas reconhecidas internacionalmente.

 

A implementação do CID-11 marca um avanço significativo na compreensão do TEA e reforça a importância de um olhar atento e humanizado para essa cada paciente!

Lembre-se: cada pessoa com TEA é única e merece ser compreendida e respeitada em sua individualidade. Estamos juntos nessa jornada, aprendendo e crescendo a cada dia.

Me escreva sobre suas dúvidas ou compartilhe algum desafio se desejar. Será uma honra caminhar com você nessa jornada de acolhimento e amor.

Um beijo e até a próxima quarta-feira,
Juçara Baleki

@querotratamento

Fontes:

https://www.gestaods.com.br/cid-f84/

https://icd.who.int/browse/2024-01/mms/en#1516623224

https://neuroconecta.com.br/cid-11-entra-em-vigor-no-brasil-entenda/

https://diariopcd.com.br/2025/01/05/oms-lanca-cid-11-validada-pela-11a-revisao-da-classificacao-internacional-de-doencas/

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Uma resposta

  1. Bom dia!!! Gostaria de tirar uma dúvida!!!! Os ATS ( assistentes terapêuticos) são custeados pelos planos de saúde ou pelos pais e responsáveis????

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