A excelência: um fardo necessário?

Vivemos num mundo extremamente competitivo, numa busca constante de superação e performance. Como já trouxe em textos anteriores, viramos capatazes de nós mesmo, ninguém mais precisa nos cobrar, estamos sempre nos cobrando ser melhores. Melhores que os outros e melhores que nós mesmos. Essa realidade vem ultrapassando barreiras e pode ser percebida em vários cenários diferentes, infelizmente, ultrapassou o mundo dos esportes e corporativo, podendo ser percebido em nossa vida pessoal e até mesmo familiar.

Mas, qual é o verdadeiro problema que vejo na excelência? Ela precisa ser “controlada” e ao mesmo tempo não pode ser descartada, e a culpa é toda nossa. Estamos falando aqui da problemática da escassez e do excesso. Se não nos cobramos chegar na excelência relaxamos e entregamos de qualquer jeito e se nos cobramos demais entramos numa estafa mental e física gerando um grave problema de estresse.

É claro que quando me perguntam se eu quero ser excelente no que eu faço a resposta é imediata, SIMMMMM. Mas será que estou disposto a pagar pelo preço dela? Será que estou realmente disposto a gastar o esforço que for preciso para chegar até a tão esperada perfeição? E mais ainda, será que estou emocionalmente preparado para lidar com o momento que eu, por qualquer motivo, não atingir esse nível de entrega?

Como podemos viver num equilíbrio interessante sobre esse tal nível de entrega onde as pessoas só conseguirão nos elogiar, sem encontrar nem uma observação se quer? Será que não é ai que está o problema, no meu EGO querendo ser reconhecido como um ser perfeito e que só consegue receber elogios? Realmente acho que são vários fatores problemáticos sobre essa nossa relação com a excelência.

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Eu posso falar com toda minha consciência que eu fico muito feliz ao receber elogios de como meu trabalho foi impecável, de como gerei uma experiencia incrível para meus clientes e também posso falar do quanto me dói quando um cliente responde nossa pesquise e traz queixas e detalhes que falam o quanto poderia ter sido melhor a minha entrega e pior do quanto não atendeu a expectativa deles em algum ponto. Até ai nenhuma novidade, o que acontece depois é o que me chama mais atenção, eu sei exatamente o que eu não fiz para me preparar para este dia, eu sei exatamente onde eu poderia ter me dedicado mais e não o fiz.

Então, neste momento da minha carreira quero compartilhar algo com vocês para que de alguma forma possa servir de reflexão e ajudá-los de alguma forma a construir uma realidade que seja possível e adequada as suas expectativas sobre você mesmo. Eu venho gastando um tempo importante da minha vida para entender o que realmente eu quero e o que é inegociável para mim. Venho conversando com pessoas importantes para falar do futuro e como quero estar daqui a 4 ou 5 anos. Estou revisitando valores, planos e projetos para que tudo esteja claro e eu possa fazer melhores escolhas sobre que nível de entregas quero fazer e que preço estou realmente disposto a pagar. Assim, entendo, que conseguirei ser honesto comigo e com as pessoas que de alguma forma farão parte do meu dia a dia, clientes, parceiros, amigos e principalmente a minha família.

Autoconhecimento é o caminho para melhores escolhas.

 

 

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