Fabio Abate: As sutilezas e asperezas da comunicação

Nem sempre aquilo que parece ser é! Muitas vezes o problema está na comunicação.

A comunicação ainda continua sendo um grande problema em nossas vidas, seja no âmbito profissional quanto nas nossas relações pessoais.

Se olharmos para grande parte dos conflitos e desentendimentos, o maior fator que causa esses conflitos e está na sutiliza ou na aspereza da comunicação, ou seja, o modo como nos comunicamos.

Me lembro muito bem de uma experiência divertida de comunicação quando tirei férias com a família e resolvemos nos aventurar por Portugal, tenho que confessar que foi uma aula sobre comunicação. Aquilo que até então parecia a mesma língua, além de ter suas diferenças em palavras e expressões trouxe também uma série de peculiaridades culturais, que com certeza foram as partes mais desafiadores do nosso entendimento com o querido povo português. E o mais incrível para mim, que sou da área de treinamentos, era o quanto eu estava aprendendo com tudo aquilo.

Em duas situações muito simples, solicitando informações, me deparei com respostas simples e que, não resolveram meu problema. Verdade, tudo parecia muito simples, as respostas inclusive eram dadas de prontidão e com a impressão de que o comunicador estava certo do que estava fazendo.

Nas duas situações, as pessoas que eu pedi informação, me responderam EXATAMENTE o que eu perguntei, foram precisos nas respostas, então, porque não resolveu o que eu precisava? Porque a pergunta estava errada.

Preciso contar para vocês, no primeiro caso dentro de um restaurante quando perguntei o que ele me indicaria de bom para comer, ele me disse “Tudo que está no cardápio é bom, se não, não estaria no cardápio” rsrs, obvio que tudo era bom, mas é na minha cabeça eu queria a indicação do que ele mais gosta, ou o que mais saí na casa, ou qual é a especialidade, mas eu fiz a pergunta errada então recebi a resposta que eu não queria, mas ela estava certa.

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No segundo caso pedi informação sobre a direção para chegar num museu, então perguntei para uma pessoa na rua se o museu ficava descendo uma tal ladeira, ele respondeu que sim. Para minha surpresa assim que eu desci a ladeira surgiu uma bifurcação, eu me indaguei “porque ele não me disse para qual lado virar”, porque não foi o que eu perguntei. Novamente a resposta estava certa.

Temos o costume de terceirizar a responsabilidade das coisas, inclusive da comunicação. E depois dessa experiência, o que posso afirmar com certeza é que quando resolvemos assumir que a responsabilidade do que queremos comunicar é nossa, as coisas ficam muito mais fácil, ou pelo menos mais claras.

Ter a responsabilidade dá mais trabalho, mas o resultado é muito mais eficaz, você agora passa a controlar o resultado do que quer transmitir e quando não atingir buscará novas formas.

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