Muito se fala sobre o metrô de Nova York: o transporte público mais icônico da ilha, cenário de filmes e de histórias de vida. Mas nessa minha viagem, eu simplesmente… não andei de metrô. E não foi por economia ou por alguma decisão estratégica — foi algo natural. Estava ansiosa, como sempre fico ao chegar em um novo destino, e queria entender onde estava, como era a vizinhança e o que havia ao redor. Gosto de fazer o que chamo de “reconhecimento de território”. E essa foi a minha escolha.
Essa é, aliás, a minha primeira dica de viagem: no dia da chegada, não marque nada. Deixe o corpo se ajustar ao voo, ao fuso, e aproveite para descobrir o que há perto do hotel.
Foi o que fiz em NY: cheguei, desfiz as malas, tomei um banho e fui andar.
Como os incas — ou, como dizem as gerações modernas, com o mapa na mão (ou no celular) — dou aquela olhada geral: onde está o Empire State? E o Central Park? Estou longe da Estátua da Liberdade? E, claro, onde estão os mercados, farmácias e restaurantes?
Na 51st Street, entre a 2ª e 3ª Avenue, encontrei salões de beleza, um Starbucks, McDonald’s, um fast food de pizza e massas… e o metrô, que aliás ficou só como referência. Do outro lado da rua, um café charmoso — mais caro que os dos trailers, mas perfeito para começar bem a primeira manhã.
E foi aí que percebi: ir a pé seria minha principal forma de locomoção.
Só no primeiro dia, caminhei sem rumo, só pra observar. E andar por Nova York é um vício: descobri arquitetura, cenários cinematográficos, a rotina da cidade em meio aos turistas… foram 105 km caminhando em 6 dias!
Sempre com o mapa na mão, traçando um roteiro com um ponto principal e outros pelo caminho, pra otimizar as distâncias e ainda incluir pausas para descanso, cafés, descobertas.
Dicas práticas para quem quiser fazer o mesmo:
- Planeje bem e tenha um tênis confortável (nada de estrear calçado novo em viagem!);
- Confira a previsão do tempo;
- Tenha sempre uma blusa leve, boné, óculos escuros, protetor solar e água na mochila.
Sim, andar cansa — e muito. Mas vale cada bolha no pé.
Não é que eu “abandonei” o metrô. Eu só deixei ele lá, quietinho, enquanto descobria o que estava na superfície. Nova York é plana, limpa, e na primavera se transforma no cenário perfeito para longas caminhadas. Cada cidade pede uma forma diferente de se locomover — e andar a pé foi, pra mim, a melhor maneira de me conectar com NY de verdade.
Porque tem coisa que o metrô não mostra. Mas seus pés, sim. Sendo assim, um beijo e até o próximo Check-in da Lau.