Crítica: Dominação (Incarnate)

Difícil entender como alguns filmes tão bons nem sequer chegam ao mercado cinematográfico brasileiro, enquanto que obras tão pífias como este Dominação (Incarnate, EUA, 2016), ganham um lançamento em salas espalhadas pelo país. Nova empreitada da mercenária Blumhouse Productions e seu chairman Jason Blum, Dominação definitivamente está entre as piores produções lançadas pela produtora, que mescla acertos como o primeiro Atividade Paranormal (que fez o cofre que a Blumhouse precisava), e a franquia Sobrenatural (Insidious), com erros grotescos como A Escuridão (The Darkness, 2016) e Canibais (The Green Inferno, 2014).

O filme traz o sempre carismático Aaron Eckhart – ator que também mescla ótimas escolhas de projetos, como o recente Sully, do mestre Clint Eastwood e Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008), com atrocidades como Frankenstein: Entre Anjos e Demônios (2014) – no papel do Dr. Seth Ember, uma espécie de exorcista que utiliza-se de uma tática nada comum para lidar com seus clientes encapetados: Seth entra em um estado de sono induzido, e infiltra-se na mente da pessoa possuída, para assim, expulsar o demônio literalmente de dentro para fora. Após ser bem sucedido em seu último caso, Ember é procurado por Camilla (a bela Catalina Sandino Moreno, do bom drama Maria Cheia de Graça), uma emissária do Vaticano que oferece ao doutor um novo caso, o do garoto Cameron (David Mazouz, o jovem Bruce Wayne da série Gotham), que encontra-se possuído por uma das entidades que Seth conhece tão bem. Entretanto, logo Seth irá descobrir que tal entidade está diretamente ligada ao seu próprio passado trágico.

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Dirigido por Brad Peyton (de outra asneira chamada Terremoto: A Falha de San Andreas), Dominação nem pode ser considerado um fracasso por culpa de seu diretor, que até tenta algumas soluções visuais para seu filme. A culpa pelo resultado medíocre da produção está todo no roteiro completamente cretino de Ronnie Christensen (da bomba Maré Negra, com Halle Berry), que consegue arruinar qualquer boa possibilidade que a trama tinha a oferecer. A boa ideia original se perde em uma sequência de eventos tão implausíveis quanto desconexos, e eu realmente me pergunto como alguém em sã consciência pode ser capaz de liberar a produção de algo tão medonhamente escrito.

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Pobre do Aaron Eckhart, um bom ator que mesmo com todo seu esforço aqui, não é capaz de salvar o filme do fracasso completo. A produção ainda consegue desperdiçar a ótima Carice Van Houten, a Melisandre da série Game of Thrones, que aqui não tem a mínima condição de mostrar absolutamente nada, tamanha a falta de desenvolvimento de sua personagem. A produção tampouco assusta ou impressiona, o que era o mínimo, já que trata-se de uma produção de Horror. Ou melhor, supostamente de Horror.

Eu bem que poderia ficar aqui descendo a lenha incessantemente nesta nova ratoeira da produtora Blumhouse, mas sinceramente, não vejo necessidade em gastar as pontas dos meus dedos digitando sobre o quão ruim é este Dominação. Uma produção cuja maior qualidade está na canção que inicia e encerra seus pouco mais de oitenta minutos de duração. “Sail”, da banda Awolnation. Melhor coisa do filme.

Dominação estreia nos cinemas brasileiros no dia 05 de Janeiro de 2017.

https://www.youtube.com/watch?v=SF8WPk6_CbQ

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