O diretor Brad Anderson realmente odeia hospitais. E nem podemos culpá-lo, realmente. Tecnicamente, hospitais podem ser locais de cura, mas também são locais de morte, dor, doença e angústia. Locais onde pessoas nascem, e com mais frequência, onde morrem. Anderson começou a construir sua carreira na indústria em 2001, com seu assustador Sessão 9 (Session 9), que falava sobre um hospital psiquiátrico abandonado e possivelmente assombrado. Em 2014, Anderson dirigiu o subestimado Refúgio do Medo (Stonehearst Asylum), que também se passa em um hospital supostamente assombrado. Agora, Anderson está de volta com este Fratura (Fractured, EUA, 2019), um filme repleto de ambientes estéreis, longos corredores brancos e doutores de olhar sinistro. Há algo muito errado com este hospital, e em Fratura, nada é o que parece.
Fratura nunca deixa de entreter. Trata-se de uma experiência cativante e divertida, mas que deixa no ar aquela sensação de que “você já viu esse filme antes”. Muitas vezes. O filme também se mostra previsível logo nos primeiros minutos. O roteiro de Alan B. McElroy (Pânico na Floresta, 2003), recicla elementos de filmes como o clássico A Dama Oculta (The Lady Vanishes, 1938), O Iluminado (The Shining, 1980), e mais precisamente, Ilha do Medo (Shutter Island, 2010), entre outros. O próprio Sessão 9 de Anderson é de certa forma reutilizado aqui, o que resulta infelizmente em um roteiro nada original.
Ainda assim, Anderson é capaz de elevar o material, apoiando-se em seus truques, pistas e momentos de tensão que compensam bastante a falta de originalidade da trama. No centro de tudo isso está o sempre carismático Sam Worthington (The Hunter’s Prayer, cuja crítica está disponível aqui no Portal do Andreoli), que entrega mais uma performance competente de sua carreira, que vai desde participações menores em filmes de pouca expressão como Sabotagem (Sabotage, 2014) e Mergulhando Fundo (Drift, 2013) até arrasa-quarteirões como Fúria de Titãs (Wrath of the Titans, 2010) e o blockbuster Avatar (2009). Aqui, Worthington se supera no papel de um homem cada vez mais perturbado, que tenta à todo custo resolver um mistério impossível de ser solucionado.
Worthington interpreta Ray Monroe, um alcoólatra em recuperação que vive em guerra consigo mesmo. Ele é um homem de família, casado com Joanne (Lily Rabe, do recente thriller político Vice), e pai de Peri (Lucy Capri). A família Monroe, entretanto, não tem nada de idílica. Quando os vemos pela primeira vez, eles estão acelerando por uma estrada repleta de neve depois de um desastroso feriado de Ação de Graças com os pais de Joanne. Ray e Joanne discutem de maneira contundente, o que deixa evidente que seu casamento está com os dias contados.
Quando Ray encosta em um posto de gasolina, um terrível acidente acontece, deixando Peri gravemente ferida. Seus pais partem freneticamente em direção ao hospital mais próximo, e desde que chega ao local, Ray percebe que há alguma coisa errada com o lugar. O staff não parece disposto a socorrer a menina, e certos indivíduos sussurram uns aos outros sobre determinados pacientes. Nada no local parece funcionar como deveria, mas Ray não se importa. Tudo o que ele quer é que sua filha seja socorrida, e que isso aconteça imediatamente.
A família encontra uma face amigável no Dr. Berthram (o sempre confiável Stephen Tobolowsky, de Feitiço do Tempo e Amnésia), o indivíduo mais gentil dentro das paredes do hospital. O doutor recomenda enviar Peri para fazer uma ressonância, e assim acontece, com Joanne a acompanhando enquanto Ray aguarda na sala de espera. Ele acaba cochilando, e quando desperta, as coisas começam a parecer realmente erradas. O hospital não tem nenhum registro da família Monroe, e ninguém consegue encontrar Joanne ou Peri em lugar nenhum. Estaria em andamento algum plano sinistro por parte do hospital, ou estaria o próprio Ray escondendo alguma coisa? Anderson brinca com a natureza misteriosa e confusa do filme nos colocando completamente dentro da cabeça de Ray, onde é possível sentir o pânico crescente em sua persona e a confusão tomando conta de seus pensamentos. Worthington realmente se supera aqui, transmitindo toda uma gama de emoções em meio à um cenário agoniante e inexplicável.
Infelizmente, o foco totalmente voltado para o personagem de Worthington basicamente transforma todos ao redor em fantasmas dentro da narrativa. A personagem da esposa tem apenas alguns bons momentos antes de desaparecer, e o público fica sem saber praticamente nada sobre todas as pessoas com quem Ray interage, incluindo policiais, enfermeiras, seguranças e uma psiquiatra do hospital que aparece no terceiro ato do filme. Estes elementos, combinados ao plot dolorosamente previsível, deveriam afundar Fratura. Mas Anderson consegue salvar a empreitada, mantendo um ritmo frenético do início ao fim. Você saberá exatamente para onde o filme está indo, mas fará parte de uma viagem incrivelmente empolgante até chegar lá. E quando chegar ao final, assim como Brad Anderson, você com certeza também estará odiando hospitais (se é que você já não os odeia).
Fratura estreia no catálogo da Netflix no dia 11 de outubro.
Respostas de 11
Teve um furo enorme no filme. Pq o pai não pediu para ir ao andar que ele achava que estava a família dele quando estava com os dois policiais?? Isso foi ridículo …
Aline ,isso acabaria com a trama kkkk .Isso tudo é pro cara parecer tá ficando maluco.E pra gente ficar desesperado kkk comovidos com a situação dele. E tipo eu não entendi foi nada ,no final ficou tudo muito estranho .
Filme muito bom, realmente vc acaba entrando na cabeça do personagem principal.
É sensacional!!!!
Te prende o filme inteiro.. te deixa confuso junto com os personagens da trama.
Filme muito Bom! Me surpreendeu!
filme com enredo bom, que prende o sujeito até o fim, teria sido um ótimo filme se não tivessem literalmente cagado no final.
Ohputo burro de merda adriano boi de merda
cagado no final????????????????
tas crazy
a tua mae e que te cagou no hospital boi de merda
apanho te na rua fodo te todo filho
fala me direito
<3
isso mesmo
burro de merda esse gajo
carago
Não concordo que fratura seja um filme previsível, ao contrário, você compra a história de que o hospital está realmente sumindo com as pessoas, ao retirar seus órgãos para o mercado negro… Desde o início da trama, você passa a viver o drama do pai, torcendo para que ele consiga salvar a esposa e a filha, e essa torcida vai praticamente até o final, só na parte que a médica psiquiátrica e a polícia volta com o pai no local do acidente e estranha a quantidade de sangue no local que a menina caiu, é que a gente começa a pensar o que pode ter acontecido, mas fora isso, o filme tem seu clímax no final sensacional, para mim, fratura é um dos melhores filmes que eu já assisti do gênero. Para os amantes da psicologia como eu, recomendo,filme sensacional que não foi reconhecido como merece.
Concordo em tudo!! Arrisco dizer que é um dos melhores filmes que já assisti.( e já assisti a centenas ou milhares!)
Gostei bastante do filme. Gostaria que alguém comentasse sobre o cachecol da menina encontrado pelo pai.