Crítica: John Wick 3: Parabellum (John Wick: Chapter 3: Parabellum) | 2019

Parabellum

Em 2014, o thriller de ação De Volta ao Jogo (John Wick, cuja crítica também está disponível aqui no Portal do Andreoli), chegou discretamente aos cinemas. O filme não foi um arraso nas bilheterias, e na época, o astro Keanu Reeves não estava lá muito em alta. Entretanto, De Volta ao Jogo mostrou-se uma verdadeira gema do gênero, e o filme dirigido pela dupla de dublês David Leitch e Chad Stahelski ganhou até um status de cult nos anos que se seguiram. Dois anos depois, John Wick: Um Novo Dia Para Matar (John Wick: Chapter 2) foi lançado. David Leitch aproveitou a fama recém adquirida como diretor e decidiu explorar outras águas no thriller Atômica e no blockbuster Deadpool 2, deixando a cadeira de diretor para Stahelski, que mesmo sozinho, criou uma das melhores sequências de que se tem notícia, que além de superar o filme original, ainda oferece um olhar completamente novo e original dentro do gênero. Com suas inacreditáveis sequências de ação, um roteiro afiado com pitadas de humor e um Keanu Reeves insano em sua perícia física, John Wick 2 foi um dos melhores filmes de 2016 e definitivamente um dos destaques da carreira de Reeves.

Era só uma questão de tempo até uma nova sequência aparecer, até pelo fato do filme anterior deixar as portas escancaradas para uma continuação. E agora, é a vez deste John Wick 3: Parabellum (John Wick: Chapter 3: Parabellum, EUA, 2019), colocar um ponto final (?) na franquia do matador mais letal do cinema recente.

Reeves retorna no papel do super-matador profissional que dá nome à franquia, e que agora se encontra tentando fugir de todos os assassinos existentes da cidade de Nova York. Para quem não se lembra, no final do filme anterior, Wick teve sua cabeça colocada à prêmio depois de quebrar a principal regra envolvendo o Hotel Continental, reduto dos assassinos profissionais do universo da franquia. O companheiro de Matrix de Reeves, Laurence Fishburne, reprisa seu papel como um dos senhores do crime da cidade, enquanto que o soturno Ian McShane (do recente remake de Hellboy, cuja crítica também está disponível aqui no Portal do Andreoli), reaparece como Winston, o proprietário e gerente do Hotel Continental. Ambos tem papel significante envolvendo o futuro do protagonista.

Quem dá as caras na franquia pela primeira vez é a bela Halle Berry (A Última Ceia, Na Companhia do Medo), no papel de Sofia, uma ex-matadora de aluguel que possui um sensacional par de cães de ataque e que decide ajudar Wick a sair vivo de sua enrascada. Fazendo frente à dupla está Zero (o sumido artista-marcial Mark Dacascos, de O Combate: Lágrimas do Guerreiro e O Pacto dos Lobos), um assassino e sushiman (!) com um exército de ninjas à sua disposição, além da figura conhecida como The Adjudicator (Asia Kate Dillon, da série Orange is the New Black), uma representante da alta cúpula de assassinos que quer Wick morto à qualquer preço depois de sua transgressão.

Mais uma vez, a franquia entrega um delirante action fest onde as sequências de ação continuam de tirar o fôlego. Quem é fã dos caninos, assim como eu, vai se deleitar com o papel dos cães no filme, cuja franquia, afinal, teve seu pontapé inicial com a morte do cachorro do protagonista, o que até hoje rende uma boa quantidade de memes na internet. Parabellum ainda consegue ser efetivo em dar andamento e expandir o universo da saga, trazendo novos personagens coadjuvantes e locações inesperadas, que rendem maravilhas ao já caprichado visual da produção.

Chad Stahelski mais uma vez mostra total domínio da ação e da estética de seu filme, e o roteiro de Derek Kolstad, roteirista de todos os filmes da franquia, agora em parceria com Shay Hatten, Chris Collins, e Marc Abrams é sólido e inteligente. O texto de Kolstad e companhia valoriza ainda mais as inventivas sequências de ação e as consequentes mortes brutais que fazem de Parabellum um pedaço de cinema visceral que aproveita a expansão dramática do segundo filme, e a amplifica em uma história mais direta e não menos empolgante e até engraçada. Sem querer adentrar no terreno dos spoilers, mas há uma cena no filme em que Wick e um bando de vilões performam uma verdadeira guerra de facas que é qualquer coisa de excepcional.

E mais uma vez, é impossível não destacar as proezas físicas de Reeves no papel de Wick. O ator prova mais uma vez ser a definição exata de um artista da ação, levando o gênero a lugares onde jamais esteve. John Wick 3: Parabellum é o eletrizante fim, se é que é realmente o fim, de John Wick. Não é um filme perfeito mas solidifica seu protagonista como o ícone definitivo de ação da década. O filme começa a mil por hora e, exaustivamente, se mantém lá o tempo todo. E os espetaculares cachorros do filme são a cereja no topo do bolo.

John Wick 3: Parabellum estreia nos cinemas brasileiros no dia 17 de Maio.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Compartilhe esta notícia

Mais postagens