O jogo acabou,
só o Inter venceu,
Cruzeiro empatou,
Palmeiras empatou,
Athletico perdeu,
Flamengo perdeu.
e agora, Jesus? e agora, Tiago? e agora, Felipe? e agora, Mano?
e agora, você?
você que viaja,
que torce feito louco,
você que escala o time,
que ama, protesta?
e agora, Jesus? Tiago? Felipe? Mano?
Está sem grande vantagem,
está sem discurso,
está sem carinho,
ainda não pode entender,
ainda não pode comemorar,
sorrir ainda não pode,
a vaia chegou,
o resultado não veio,
a garantia não veio,
o gol não veio,
não veio a goleada
mas nem tudo acabou
o mundo não ruiu
nem todo mundo errou,
mas, e agora, Jesus? Tiago? Felipe? Mano?
E agora, Jesus? E agora, Tiago? E agora, Felipe? E agora, Mano?
Sua doce esperança,
seu instante de ídolo,
sua glória e força,
sua renovação,
sua moeda de ouro,
seu uniforme de herói,
sua irreverência,
seu poder — e agora?
Com o time na mão
quer libertar a moda,
não existe moda;
quer correr pro abraço,
mas a hora ainda não chegou;
quer ir para as finais,
para as finais é preciso mais.
Jesus, Tiago, Felipe, Mano, e agora?
Se você escalasse,
se você torcesse,
se você levantasse
a Taça Libertadores emocionadamente,
ah, se você pudesse,
se você comemorasse,
se você vencesse…
Mas você ainda não pode,
você ainda tem jogo duro, Jesus! Tiago! Felipe! Mano!
Sozinho no vestiário
qual bicho-do-mato,
sem alegria,
sem ombro amigo
para se encostar,
sem tapete mágico
que fuja voando,
você volta, Jesus! Tiago! Felipe! Mano!
Para onde?
Para o jogo da volta!