Paty Santos:  A mulher que morreu por gostar de futebol

Olá, pessoas! Juro que eu queria trazer hoje um assunto mais leve, afinal, na passada falei sobre Covid-19. Mas, segunda-feira foi o Dia Internacional da Mulher e quando postei no Instagram do Futebol & Astros sobre Sahar Khodayari, vi que muita gente não conhece sua história e nada mais justo do que trazer aqui também.

A iraniana Sahar, 29 anos, foi ao estádio em 2019 ver seu time jogar disfarçada de homem, pois mulheres em estádios eram proibidas no Irã desde 1981. Ela foi descoberta e presa por três dias, solta sob fiança.

Estava aguardando sua sentença em liberdade e ao descobrir que poderia ser condenada a pegar de seis meses a dois anos de prisão, por desespero, ateou fogo em seu próprio corpo. Não resistiu e faleceu.

A “garota azul” como ficou conhecida (cores do seu time, o Esteqlal) não morreu em vão. Além de muitos protestos por sua morte, a FIFA ameaçou suspender o país da Copa do Mundo 2022 e pela primeira vez depois de quatro décadas, as iranianas puderam assistir ao jogo do Irã x Camboja pelas eliminatórias da Copa. Foram somente 4.000 ingressos disponíveis, mas que se esgotaram em uma hora.

O que aqui é tão comum, a presença feminina neste jogo foi ato de comemoração, de vitória e de liberdade para as mulheres iranianas.

A gente sabe que não para por aí. As mulheres no futebol é uma luta constante de espaço e aceitação. Seja como atleta ou como profissional que trabalha no meio (o que inclui as jornalistas esportivas). Que nenhuma mulher precise morrer ou se sacrificar para que possamos ser ouvidas, seja pelo que for.

Parece clichê, mas é isso mesmo: lugar de mulher é onde ela quiser!

Obrigada, Sahar.

Paty Santos

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem 01: Indian Sports Fan

Imagem 02: Daily Mail

Imagem 03: The Guardian

 

5 respostas

  1. Não conhecia essa história ?
    A frase é clichê, mas precisamos reforça-lá todos os dias pois em nosso próprio país muitos ainda preferem viver como se estivessem na idade média.

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