Bom dia, meus queridos amigos,
Já escrevi bastante sobre C.S. Lewis, J.R.R. Tolkien e as inúmeras conversas que tenho com minhas filhinhas, Sophia e Júlia, enquanto lemos As Crônicas de Nárnia, O Hobbit e, mais recentemente, começamos a trilogia de O Senhor dos Anéis.
O que talvez você não saiba é que, nos últimos anos, a Johnna nos influenciou bastante e, graças a ela, aprendemos sobre a trajetória do Winnie the Pooh, conhecido no Brasil como Ursinho Pooh.
Mais curioso ainda é o fato de que o autor do Ursinho Pooh, Alan Alexander Milne (A.A. Milne), tem uma forte conexão com a região de Hatfield, onde estivemos na semana passada. A.A. Milne passou muito tempo com seu filho, Christopher Robin Milne, na Floresta de Ashdown, que serviu de inspiração para as histórias do Ursinho Pooh. Muitos dos lugares mencionados nos livros, como a famosa “Poohsticks Bridge” (Ponte dos Gravetos), ainda existem, assim como as árvores que carregam os nomes dos personagens que vivem na Floresta dos 100 Acres.
Mesmo debaixo de chuva, visitamos as “casas” do Ursinho Pooh, jogamos gravetos na ponte e corremos para ver qual chegava primeiro ao outro lado. Segundo a Júlia, ela venceu — embora eu mal conseguisse acompanhar para conferir! Vimos também a casa do Leitão (Piglet), a do Corujão (Owl) e, no mapa, localizamos onde ficava a casa do Tigrão (Tigger).
Enquanto a chuva não dava trégua, comecei a reclamar, mas a Sophia logo me lembrou:
“Papai, estamos na Inglaterra! E a chuva é constante nas histórias do Pooh. É por isso que ele diz:
‘Chuva, chuva, vá embora,
Volte outra vez no dia de amanhã.
Mas se você quiser ficar,
Traga seus amigos e vamos brincar!’”
Que maravilhosa a sabedoria simples e inocente da Sophia! De repente, aquele momento se tornou único, e a chuva já não era um incômodo, mas parte da brincadeira.
Foi então que perguntei para Sophia e Júlia se elas lembravam a minha frase favorita do Pooh sobre o presente momento. E elas responderam:
“Que dia é hoje?”, perguntou Pooh.
“É hoje”, sussurrou Leitão.
“Meu dia favorito”, disse Pooh.
Eu poderia continuar e continuar sobre a sabedoria singela do Pooh. Às vezes, as coisas mais simples são as mais extraordinárias — como um pote de mel ou um raro dia ensolarado na Floresta dos 100 Acres.
Por isso, espero de todo o coração que você aprenda a viver o dia chamado hoje. Que possamos abraçar as pequenas coisas e torná-las extraordinárias, ao invés de esperar que algo grandioso aconteça para nos sentirmos plenos. Espero que as “chuvas” da vida não roubem o nosso bom humor, não apaguem a nossa alegria de viver, nem diminuam o nosso entusiasmo, mas sejam oportunidades para chamar os nossos amigos “amigos” e transformar a jornada da vida em algo memorável.
Afinal, Winnie the Pooh ecoa a sabedoria judaico-cristã que nos lembra as palavras do salmista:
“Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (Salmos 118:24).
Boa semana e até a próxima!
Fábio
Collonges-au-Mont-d’Or