Bom dia, meus queridos amigos,
O maior evento da humanidade começou!
Estou tendo o privilégio indescritível de vivenciar cada conversa, múltiplas experiências culturais e situações extraordinárias que guardarei para o resto da minha vida.
A cada ida às arenas, reuniões e interações culturais, ao ouvir hinos nacionais de países relacionados com a minha jornada cultural que envolve Brasil, Itália, Portugal, Estados Unidos, Japão, Bélgica e Canadá, meu coração se enche de gratidão.
Centenas de memórias me visitam enquanto penso nos meus projetos multiculturais de trabalho dos últimos 25 anos, estudos, lugares que morei, visitei, trabalhei, e sobretudo, memórias com a minha esposa, filhas e família.
Uma das experiências culturais e esportivas que tive desde que cheguei em Paris aconteceu durante uma excelente partida de vôlei entre Estados Unidos e Argentina. Depois de uma conversa maravilhosa com um dos espectadores, ele se apresentou: “Sou o pai do Micah, jogador da seleção dos Estados Unidos!” Vi a alegria em seu rosto e o orgulho de ser pai pelo fato de seu filho estar na quadra. No final do jogo, a emoção dos familiares abraçando Micah e a alegria contagiante dos outros jogadores dos Estados Unidos me fez pensar nos valores de cada cultura, cada família, cada pai orgulhoso de seu filho participando de um evento desta magnitude, cada mãe que investe em sua filha com carinho e dedicação, cada filho que busca honrar a educação recebida dos pais, cada atleta e, em última análise, cada ser humano.
Um dos organizadores dos Jogos disse que as Olimpíadas têm a possibilidade de mostrar a melhor versão da humanidade. “Humanidade” vem da palavra “humano,” que tem raízes no latim “humanus.” Além disso, está intrinsicamente relacionada com a palavra “humus,” que significa terra ou solo.
Esse conceito parte do pressuposto e do significado etimológico ligado ao ensino religioso mítico que atravessa centenas de culturas e milhares de anos. E qual é esse pressuposto? O princípio de que os seres humanos são feitos da terra. “Humus” também nos remete a palavras como humor, humidade e humildade.
Sou um sujeito realista. Não acredito que vivemos a unidade dos seres humanos. Não sei se um dia chegaremos a tal unidade. Não quero ser pessimista, mas não sei se as civilizações e os seres humanos viverão essa experiência de “humus-unidade” debaixo do sol. Todavia, tenho a esperança de carregar a melhor versão do que inegavelmente significa o conceito de humanidade nos próximos dias em Paris.
O convite para mim, que sinto o cheiro desses jogos, vivo o ambiente dentro e fora das arenas, e trabalho com centenas de pessoas diretamente e indiretamente ligadas à organização do evento, me faz pensar que o mundo pode ser um lugar melhor se a sementinha da paz, do amor, da tolerância, do respeito e da fraternidade caírem em corações (h)úmidos, cheios de bom humor e muita humildade, para que possa nascer um lindo jardim florido em favor da humanidade, a saber, a unidade dos seres humanos.
Um grande beijo a todos vocês!
Fábio
Paris
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Obrigado mais uma vez.