Papai, ricos são felizes; pobres são tristes?

Bom dia, meus queridos amigos,

Parece que já vi este filme antes. Lembro-me das inúmeras conversas com minha filhinha Sophia sobre temas filosóficos, espirituais e existenciais. Nem mesmo em minhas aulas de mestrado eu me sentia tão “encurralado” em busca de respostas como diante de suas perguntas.

Pois bem, agora a bola da vez não é mais a Sophia, mas a Júlia, que está crescendo e fazendo milhares de perguntas para entender como funciona a vida — uma vida que não é necessariamente cartesiana, nem segue a lógica óbvia que os seres humanos imaginam que teria.

Dito isso, lembro-me da primeira vez, há pelo menos 30 anos, quando, no centro de São Paulo, eu participava de um projeto com moradores de rua. Naquele dia, levei um par de tênis vermelhos para doar e me senti feliz ao entregá-los a alguém que andava descalço. No entanto, fui surpreendido pela resposta: “Muito obrigado. Mas eu busco tênis brancos. Você não tem? Se não tiver, pode levar de volta esses vermelhos.”

As décadas passaram, e ao longo da vida conheci pessoas extremamente ricas. No entanto, algumas delas carregavam uma humildade e uma generosidade indescritíveis. Gente do bem. Gente que carrega a semente divina de se doar, ajudar e compartilhar. Pessoas para quem orgulho e vaidade não fazem parte do vocabulário — ainda que, à primeira vista, pareça um paradoxo unir riqueza e humildade.

Ora, nem sempre é assim. Mas a vida não é uma equação matemática.

Ser rico não é sinônimo de orgulho, assim como ser pobre não é sinônimo de humildade.
Ser rico não é sinônimo de felicidade, assim como ser pobre não é, necessariamente, sinônimo de tristeza.

Veja Também  A Natureza que Revela o Seu Designer Inteligente

Foi sobre isso que conversamos, Júlia, Johnna e eu, enquanto caminhávamos pelos jardins de um dos castelos mais imponentes da França, o Castelo de Versailles. Nossa conversa terminou quando ela descobriu que Marie Antoinette, a rainha francesa, teve que fugir de seus aposentos luxuosamente decorados com ouro, quadros e pinturas de valor exorbitante para não ser capturada pelos revolucionários. O próprio povo francês já estava cansado dos desmandos da monarquia. No fim, tanto Marie Antoinette quanto seu marido, o rei Luís XVI, tiveram um destino trágico: a guilhotina.

Julinha ainda tem 8 anos, mas já começa a fazer suas próprias sínteses e a perceber que a vida não é feita apenas de preto sobre branco, mas de milhares de tons de cinza. Nem sempre há uma resposta padrão para as mesmas questões.

Aliás, ela começa a enxergar a complexidade dos seres humanos, que carregam idiossincrasias muitas vezes indecifráveis.

Pois bem, aqui fico eu, em Versailles, refletindo: que aquele que tem, seja generoso e grato. E aquele que não tem, peço a Deus o milagre do Salmo 23, que me ensina que eu não terei tudo o que quero nesta existência, mas, pela fé, terei tudo o que necessito.

E nada me faltará, porque o Senhor é o meu pastor.

Até a próxima,
Fábio
Versailles

 

Loading

Respostas de 2

  1. Filho, aquele que crer no que diz SALMO 23…que nada nós faltará ….SOMOS HERDEIROS DA PRATA E DO OURO QUE EXISTE NA ETERNIDADE
    Somos filhos do REI DOS REIS!JESUS CRISTO

    ATE A PRÓXIMA

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Compartilhe esta notícia

Mais postagens