Antes tarde do que nunca

Quantos crimes ligados a “torcedores” de futebol continuam sem solução? Desde 1988, quando foi registrada a primeira morte ligada à violência no futebol, mais de 100 morreram durante confrontos promovidos por “torcidas organizadas”. E só 3% dos culpados estão presos.

A impunidade e o aparente desinteresse em resolver, de vez, o grave problema da violência entre “torcidas” de futebol, ainda prevalecem no Brasil. Mas, felizmente, parece haver um movimento de mudança dessa situação.

Na segunda-feira, dia 26 de setembro, a Polícia Civil de Campinas prendeu seis pessoas envolvidas em briga de torcidas de Ponte Preta e São Paulo durante partida do Campeonato Brasileiro Sub-20, em julho.

Os investigadores identificaram 13 participantes da confusão, que terminou com um rapaz espancado nas redondezas da Prefeitura de Campinas. Ainda restam seis mandados de detenção a serem cumpridos.

As prisões foram autorizadas pela Justiça e fazem parte da “Operação Cartão Vermelho”, deflagrada em abril de 2016, no Estado de São Paulo, para combater ações violentas de torcedores de futebol que se envolvem em diversos crimes, como brigas e agressões.

No mesmo dia 26 de setembro, o Juiz Ulisses Augusto Pascolati Júnior – do Tribunal de Justiça de São Paulo – determinou o bloqueio judicial das contas de 12 torcedores – dirigentes de uniformizadas do São Paulo: Independente e Dragões da Real – acusados de organizarem a invasão no Centro de Treinamento do clube, na região da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista, em 27 de agosto.

A medida inclui até o bloqueio dos veículos por eles utilizados. A sentença visa garantir que os prejuízos causados ao clube sejam pagos pelos acusados.

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Todos também estão proibidos de deixar a cidade sem autorização da Justiça. E devem se apresentar a um quartel do Corpo de Bombeiros duas horas antes de qualquer jogo do São Paulo, dentro ou fora do país. Eles só poderão deixar o local, meia hora depois das partidas.

Os 12 réus estão também proibidos de manter qualquer tipo de contato com funcionário, jogador ou dirigente do São Paulo Futebol Clube. Se não cumprirem estas determinações do Juiz, eles terão a prisão preventiva decretada.

As punições só foram possíveis através de trabalho dedicado de investigação e análise de imagens que identificaram, sem sombra de dúvida, os torcedores criminosos. E também pela ação rigorosa da Polícia e da Justiça.

Ainda há muito o que ser feito para acabar com esses bandos que se fantasiam de torcedores e promovem crimes. Privar ou limitar a liberdade deles de forma efetiva, rigorosa; e mexer no bolso dos vândalos devem ajudar a banir esse tipo de organização que invadiu o futebol.

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