Cillo – Brasil: A fonte que não esgota talentos

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Vinicius Junior tem ganho espaço no Real Madrid. Rodrygo, daqui a pouco, também vai desembarcar na Europa. Pegam o bastão da soberania dos nossos campos de periferia e vão ajudar a escrever uma história que parece, mesmo, inesgotável.

Sou da opinião de que talento esportivo não nasce na escola. As grandes instituições que incentivam, em massa, o desabrochar de talentos, têm seus méritos, claro. Mas a nossa “natureza” tem feito a parte dela, ainda que de forma rudimentar.

Se tivéssemos a seriedade dos chineses, a filosofia norte-americana, a grandiosidade russa, seríamos insuperáveis em qualidade e quantidade. Mas somos rudimentares. E revelamos talentos simplesmente porque eles brotam nos rincões de um país continente, de uma genética ímpar, de uma natureza sem igual.

Tenho ouvido relatos de medalhistas olímpicos do voleibol, do atletismo, do basquetebol, enfim. E percebo que grandes personagens nasceram, ou foram “descobertos” por obras do acaso. E aí, no caso dos esportes coletivos, uma legião de talentos “natos” se juntaram e vieram as medalhas inéditas, os pódios memoráveis, as conquistas sem igual. Mas isso não é “plano de governo” e portanto, não deveria ser “palanque eleitoreiro”. Mas é, infelizmente.

Destaques do nosso atletismo passaram fome, calçaram tênis menores que seus pés poderiam suportar e, deixaram marcas eternas: dedos enrugados e “dores inesquecíveis” que calaram no fundo da alma. Mas a vitória veio. A medalha olímpica foi conquistada. Por política de investimento? Claro que não. Por absoluta força e dedicação de talentos que brotaram na periferia, na comunidade infestada de drogas e maus caminhos. André Domingos (foto), é o exemplo em questão.

O voleibol também produziu talentos inimagináveis a partir “do quase nada”. Marcelo Negrão virou ouro olímpico em uma geração que, quase “autodidata” surpreendeu o mundo. E por aí vai.

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Nossos talentos não aparecem por “incentivo de uma política de investimento”. Mas são usados como “palanque político” por aproveitadores natos. Há uma enorme diferença.

No dia em que decidirmos incentivar uma política de investimento em educação e esporte, teremos um país continente brigando com as maiores forças mundiais. Até lá, vamos viver de casos isolados de talentos que brilham no asfalto árido de um Brasil sem política voltada para o esporte. Que pena que seja assim.

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