Desnecessário me dizer que camisa não ganha jogo, eu sei. Não foi só com a camisa que a Argentina garantiu passagem para as oitavas de final da Copa da Rússia. Conquistou com sangue, muito suor e determinação em campo. Bateu a Nigéria e ficou com o segundo lugar do seu grupo. Os próprios nigerianos poderiam ter seguido na competição. Assim como a Islândia que foi batida pela Croácia. Mas a Argentina é campeã do mundo e, portanto, a gigante passou. Fez valer a sua força, tamanho, tradição, garra.
Argentina e França farão o primeiro choque de gigantes campeões mundiais, no final de semana. Favorito ? Desde que deixaram a Argentina chegar, acho que a boa seleção francesa vai ter que jogar muito para chegar às quartas de final. A Copa está do jeito que argentino gosta: desacreditado por muita gente.
O Uruguai, também vencedor de Copa do Mundo, está nas oitavas. Com honrosos 100 por cento de aproveitamento. Vai enfrentar Portugal. Por pouco não teríamos o cruzamento com a Espanha, também campeã mundial. Os espanhóis vão brigar com os russos. Com boa chance de passar.
Trocando em miúdos. Já temos quatro campeões do mundo entre os oito classificados até agora.
E é aí que a gente entra.
O Brasil pentacampeão entra em campo por um simples empate contra a Sérvia. Seu adversário precisa vencer e torcer por um tropeço da Suíça contra a eliminada Costa Rica. Tenho quase certeza de que o Brasil avança, mas eu disse “quase”. Seria um vexame a eliminação na primeira fase. Tite e seus comandados não merecem isso, depois da fantástica eliminatória que fizemos. Mas é na bola, lá dentro que a coisa se resolve. Vai ser uma prova de fogo. Não adianta mostrar a camisa e ir comemorar com a galera. Mas, de verdade? Eu não queria estar no lugar da Sérvia: tendo que vencer o Brasil para sobreviver na Copa do Mundo. Seria pedir muito aos deuses da bola.
Vamos imaginar que dê o que queremos e torcemos. Nas oitavas de final, então, podemos encarar México ou Alemanha. Ou até a Suécia, se der uma loucura nos deuses da bola e os alemães ficarem de fora. Aos alemães, basta vencer a eliminada Coreia do Sul. Vence, né ? Um empate contra a Suécia da o primeiro lugar ao México e a chance de escapar do Brasil na próxima fase. Arriba, México !!!
A outra campeã mundial, a Inglaterra, lidera seu grupo e joga por um empate com a Bélgica, na quinta-feira, para justificar essa máxima: há um levante dos gigantes mundiais. Se não der nenhuma zebra história, todos os campeões mundiais que começaram a Rússia 2018, vão seguir vivos nas oitavas de final. Sete deles com chance de se encontrarem nas quartas, porque entre França e Argentina, um deles vai ficar pelo caminho.
O futebol é feito de boas surpresas, como, neste ano, Bélgica e Croácia. Mas dizer que os gigantes não fazem a diferença, é querer esconder o que está aí para que todos possamos ver.
E que o Brasil, nesta quarta-feira, possa dar aval à essas minhas palavras de um torcedor que sente o coração disparar no peito na hora da decisão. Exatamente porque este torcedor sabe que história, camisa, tradição, não ganham jogo. Sempre será preciso fazer a diferença dentro de campo. O levante dos gigantes.
