Marco Polo, diz a história, foi um explorador, no melhor sentido da palavra, ou seja: um viajante em busca de descobertas, na idade média. Nasceu na cidade italiana de Veneza em 1254. Pois temos um Marco Polo que poderia viajar mundo afora, não para descobertas, mas para representar o futebol brasileiro em todas as esferas do planeta. Só que “nosso” Marco Polo não pode, por obra daquilo que ele mesmo edificou. A Interpol poderia acabar com sua mais simples aventura em qualquer pedacinho de fronteira do nosso extenso país continente.
O “nosso” Marco Polo ( Del Nero ), que foi presidente da Federação Paulista de Futebol, herdaria na sequência de sua carreira “política-esportiva” o cargo máximo na CBF, a Confederação Brasileira de Futebol. E foi o que aconteceu. Mas ele não herdou apenas a cadeira de presidente. O modus operandi foi o mesmo dos antecessores. E aí, deu no que deu.
Ricardo Teixeira, o presidente que casou-se com a filha do antigo presidente ( João Havelange ) ficou no cargo durante 23 anos, entre 1989 e 2012. Depois passou o “bastão” para seu sucessor: José Maria Marin, Del Nero seria o próximo.
Em comum entre os três presidentes da CBF, o fato de que os três estão sendo processos nas esferas judiciais por denúncias muito parecidas: contratos ilícitos, enriquecimento sem comprovações, falcatruas.
A grande pergunta é: para ao suceder um cargo dessa magnitude, ainda que o convite tenha sido feito com a obrigação intrínseca de lealdade, até que ponto deve-se compactuar com administrações temerárias, perigosas ? Em determinado momento não há de se romper com velhos acordos, em nome da lisura, da ética e profissionalismo ? Não é o que estamos vendo.
Teixeira, Marin e Del Nero, fiéis em suas convicções (?) mantém o mesmo padrão administrativo e contratual, os mesmos acordos e pactos e, inevitavelmente, estão indo para a mesma cova rasa: da condenável administração de um patrimônio que não é particular, mas do povo brasileiro que é a CBF, a casa do futebol brasileiro.
Uma outra questão que me deixa com a pulga atrás da orelha: qual o motivo dos clubes se manterem fiéis aos dogmas praticados há tanto tempo ? Será que a amarração é financeira, por causa da dívida dos clubes com a CBF ? Ou será que tem algo maior por trás ? Talvez nunca tenhamos essa resposta, mas é sempre bom perguntar. Se os clubes não reagem, estão concordando com o comando. Seguem seguindo a mesma cartilha.
Um bom natal a todos.