Cillo: Torcida em clássico. Não dá mesmo para misturar

Domingo tem Corinthians e Palmeiras só com torcedores do corinthianos. Mais uma vez torcida única nos clássicos de São Paulo. A medida entrou em vigor há dois anos e os números reforçam que deve continuar assim. Mesmo que tenha gente contra.

As autoridades tomaram essa decisão depois que um torcedor morreu e cinquenta ficaram feridos em confronto de torcedores organizados da Gaviões da Fiel e da Mancha em abril de 2016, na zona leste da capital paulista.

Hoje, as autoridades paulistas fazem um trabalho para afastar dos estádios os torcedores violentos e com histórico de risco para o torcedor comum. Um número crescente de denunciados que estão, ou logo estarão, nas mãos da justiça.
De acordo com o promotor público Paulo Castilho em menos de dois anos passaram mais de mil torcedores pela justiça. Centenas foram presos. Ou processados. “Atualmente são mais de 100 torcedores afastados do Futebol. Que cumprem afastamento no dia dos jogos no batalhão dos bombeiros. Esse número deve crescer esse mês. Serão quarenta torcedores do São Paulo que se envolveram em confusão no final do campeonato brasileiro do ano passado”, me disse o promotor.

Em dois anos de torcida única nos clássicos o público nos estádios aumentou 33 por cento. São mais 351.941 em 44 clássicos com a medida em comparação aos últimos 44 encontros com torcida mista.

O perfil do público também sofreu alteração. 11 por cento de mulheres e crianças a mais. As brigas dentro dos estádios caíram 57 por cento.

As estatísticas também apontam para a queda no efetivo policial dentro ou fora das arenas. Internamente, caiu 34 e imediações dos estádios queda de 23%.

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“Aproximadamente 4.700 policiais que puderam ser deslocados para outros pontos da cidade, para atender o cidadão comum.”, revelou.

O promotor Paulo Castilho não vê alternativa para voltarmos a ter torcida mista nos grandes jogos, ao menos por hora. Um caminho seria escoltar torcedor comum para uma área restrita do estádio adversário em dia dos grandes jogos. Mas ele vê um envolvimento enorme dos dirigentes dos clubes com os torcedores organizados que acabariam pegando esses ingressos. “Esses dirigentes são reféns e tem medo das organizadas”, revelou.

Então, os saudosistas que entendam. Já foi a época de 150 mil torcedores dividindo arquibancada em um mesmo clássico em São Paulo. Hoje, não dá mais. Corinthians e Palmeiras, neste domingo as quatro da tarde, jogarão apenas para os alvinegros nas arquibancadas.

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