A temporada 2016 do futebol brasileiro está terminando. Aliás, o ano está terminando. Outro que passou voando.
E nada indica que houve mudanças significativas desde o 7 a 1 para a Alemanha, em pleno Mineirão, nas semifinais da Copa do Mundo de 2014 aqui no Brasil.
A principal competição do país segue raquítica.
A média de ocupação dos estádios é de apenas 40%, com público médio de pouco mais de 15 mil pagantes, menor que 2014 e 2015.
Bem distante do recorde de 23 mil pagantes em 1983.
Desde 1987 – portanto há quase 30 anos – a média de público do Campeonato Nacional não chega a 20 mil.
Período que coincide com o expressivo aumento do êxodo de jogadores brasileiros para o exterior, em busca de mais dinheiro e melhores condições de trabalho.
De acordo com estudo publicado nesta segunda-feira, dia 28 de novembro, pelo Centro Internacional de Estudos dos Esportes (CIES), o Brasil é o maior exportador de jogadores para as 31 ligas europeias da primeira divisão.
São 469 brasileiros atuando só na Europa. Pelo mundo, mais de 2 mil.
Para ver nossos melhores jogadores em ação, não adianta ir ao estádio. Só temos essa chance pela televisão ou quando a Seleção joga por aqui.
Nos anos 70 – coisa de velho, eu sei… mas vale como informação –“duelos” entre os tricampeões mundiais eram corriqueiros em nossos estádios.
Pelé (Santos) x Rivellino (Corinthians). Jairzinho (Botafogo) x Gerson (São Paulo). Tostão (Cruzeiro) x Brito (Flamengo).
Hoje, formar uma Seleção só com jogadores que atuam no futebol brasileiro, tornaria o trabalho de Tite uma tarefa hercúlea.
Montar uma Seleção competitiva do Campeonato Brasileiro é um desafio.
Claro que o campeão Palmeiras é a base.
No gol, o novo técnico da Seleção Brasileira confia em Weverton, do Atlético Paranaense, Danilo Fernandes, do quase rebaixado Internacional e Alex Muralha, do Flamengo. Mas Allisson (Roma) é o titular.
Também leva Fágner, do Corinthians, para a lateral direita. Mas Jean, do Palmeiras, está melhor.
Na zaga, Geromel (Grêmio), Réver (Flamengo), Leonardo Silva (Galo) e Maicon (São Paulo).
Na lateral esquerda, o Highlander Zé Roberto, do Palmeiras, com 42 anos, lidera a eleição do Bola de Prata, da Revista Placar.
Mas dá para destacar Reinaldo, da Ponte Preta e Jorge, do Flamengo. Para o meio campo é possível selecionar Tchê, Tchê (Palmeiras), Moisés (Palmeiras), Scarpa (Fluminense), Camilo (Botafogo) e Diego (Flamengo).
Entre os atacantes, destaques para o veterano Robinho (Galo), o não menos veterano Fred (Galo) e o menino Gabriel Jesus (Palmeiras).
Agora, tirando Gabriel Jesus – que aos 19 anos já se despediu do futebol brasileiro e vai para a Inglaterra – quais realmente teriam condições de estar entre os 22 de Tite?