Quantas vezes vimos o futebol – ou diretamente seus protagonistas – alteraram o andamento “normal” das coisas? Paro para pensar e a primeira história que vem à memória é aquela de Pelé. No auge de sua carreira, há quase 50 anos, parou-se uma guerra na Nigéria para acompanhar um jogo amistoso do Santos Futebol Clube que tinha em Pelé, claro, a estrela maior. Acabou a partida e a trégua, e a guerra seguiu. Infelizmente.
Conheço outras histórias de personagens que não se limitaram a brilhar dentro das quatro linhas. O Dr Marco Dall’Oglio, foi o volante Marquinhos, campeão no Internacional de Porto Alegre, nos anos 80.
O Senador Romário, campeão do mundo com a seleção brasileira em 1994 é outro exemplo. E eles são muitos. Quer saber a razão de estarmos citando as histórias de destaque que extrapolam a esfera esportiva ? Eu te conto. Essa razão vem, mais uma vez, da África.
George Weah, eleito o melhor jogador do mundo em 1995, quando defendia o Milan, foi eleito presidente da Libéria. Sim, um ex-atleta profissional, de destaque, agora vai comandar uma nação inteira.
O ex-atacante Weah venceu nas urnas em 12 dos 15 condados do país. Ele já tinha sido o candidato mais votado do primeiro turno com 39% dos votos – mas eram necessários 50% deles. Então, no segundo turno, veio a vitória.
A vitória foi confirmada depois que a eleição precisou ser adiada duas vezes por conta de denúncias de fraude no processo eleitoral.
Foi a segunda tentativa de chegar a presidência do país. Em 2005 ele perdeu a eleição para Ellen Jonhson Sirleaf que dirige o país atualmente e não poderia ser candidata pela terceira vez. Ela foi a primeira mulher chefe de estado na África e ganhou o prêmio Nobel da Paz em 2011.
George Weah começou no futebol em 1985, e atuou em equipes do próprio país. Também jogou na República dos Camarões até brilhar na Europa, jogando no Mônaco, no PSG e no italiano Milan, quando foi escolhido o melhor jogador do mundo em 1995. Ainda atuou no Chelsea e no Manchester City.
Sempre bom a gente ver exemplos que deixaram os campos para atuar em outras esferas. A vida não termina em 90 minutos. Pelo contrário, vai muito além de aplausos e vaias que vem das arquibancadas.
Boa sorte a ele e ao país que se propôs a comandar.