Prazer, eu sou o Silva

Ser um Silva, no Brasil, é garantia de estar no meio de uma multidão.

Não há estatística oficial de quantos brasileiros tem esse sobrenome, que se espalhou pelo país a partir da colonização portuguesa. O primeiro Silva do Brasil foi o alfaiate português Pedro da Silva, que por aqui desembarcou em 1612.

O site britânico Forebears (forebears.co.uk), especializado em fontes genealógicas, busca mapear – a partir de bancos de dados públicos do mundo todo – onde está o maior número de pessoas que têm em comum o último nome. Pesquisa no site indica que Silva é o sobrenome de mais de cinco milhões de brasileiros.

Entre esses milhões, muitos tornaram o Silva notável, especial. No esporte, Ayrton Senna da Silva provavelmente é o mais famoso da turma. Foram anos arriscando a vida, à bordo de um carro de Fórmula 1, conduzindo – a mais de 300 quilômetros por hora – o sonho de um Brasil vencedor.

Com uma incrível capacidade de pular mais longe que todo mundo, Adhemar Ferreira da Silva inspirou gerações de atletas a se tornarem heróis do Olimpo. Ele foi o primeiro Silva brasileiro que, com saltos triplos, conquistou ouro em duas Olimpíadas: Helsinque, na Finlândia, em 1952; e Melbourne, na Austrália, em 1956.

Sessenta anos depois de Adhemar, o Brasil conheceu um Silva que voou para a fama olímpica no Atletismo. Thiago Braz da Silva, de apenas 22 anos, ousou desafiar o campeão olímpico do Salto com Vara, o francês Renaud Lavillenie, que havia conquistado o título quatro anos antes, nos Jogos de Londres.

Até a noite de 15 de agosto de 2016, Thiago era apenas mais um Silva sonhador. Até mostrar o fruto de um trabalho dedicado de anos, sob a orientação do ucraniano Vitali Petrov. O mesmo técnico que transformou Sergei Bubka em mito do Salto com Vara. Bubka quebrou 35 vezes o recorde mundial. Ainda é o atual recordista em provas ao ar livre, com 6,14 metros. Marca estabelecida em 31 de julho de 1994, em Sestrieri, na Itália.

O ucraniano ex-campeão olímpico e recordista mundial do Salto com Vara, elogiou a coragem de Thiago Silva, que na hora da decisão da medalha de ouro pediu para elevar a altura do sarrafo para 6,03 metros. Altura que ele jamais havia atingido antes. E não é que o Silva ultrapassou a marca? Ele estabeleceu novo recorde olímpico e surpreendeu o francês Lavillenie, que não acreditou ter perdido a chance do bi olímpico para o Silva do Brasil.

Medalha de ouro para Thiago, o segundo Silva campeão na Rio 2016. O primeiro – ou melhor, a primeira – foi Rafaela Silva, do judô. Mais uma que se destacou no país dos Silva, com a conquista do título olímpico.

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