O Palmeiras parece ter dado início ao processo de limpeza do ambiente no clube com o anúncio da saída do volante Felipe Melo. Estava claro que algo não encaixa bem na casa alviverde. Mas, só o tempo e os resultados dirão se a laranja podre era realmente o Pitbull. Ou mesmo se há mais alguém tentando minar o clima na equipe.
De qualquer forma, não era mais possível continuar da maneira como as coisas estavam sendo administradas no Palmeiras. Era óbvio que as picuínhas internas estavam influenciando no rendimento dos jogadores.
O jeito de machão e dono da casa adotado por Felipe Melo desde a sua apresentação no clube arrebatou uma grande quantidade de admiradores. Muita gente se identificou com jeitão sincero e sem papas na língua do meio-campista. Até mesmo as bobagens – como dar tapa na cara adversário – foram comemoradas.
O auge da devoção de muitos palmeirenses para com Felipe Melo ocorreu no episódio da briga horrenda dentro do campo no fim da partida contra o Peñarol, no Uruguai, após uma virada histórica do time. Aquilo foi um momento de êxtase para quem é adepto do estilo Massaranduba ou se transforma em um quando o seu time joga. Até mesmo o pacato (quase sonso) Eduardo Baptista foi picado pelo mosquito da “ogrice” e chutou o balde na entrevista coletiva após a partida.
Mas, o desabafo do treinador não foi suficiente para colocar a casa em ordem. Nem mesmo aquela vitória empolgante serviu para mudar o comportamento do time, que seguiu tropeçando aqui e ali nas competições que disputa, decepcionando e/ou irritando seus torcedores.
Jogadores que foram fundamentais na campanha vitoriosa do ano passado praticamente sumiram. Zé Roberto e Prass se calaram e caíram de rendimento. Outros também parecem ter perdido o brilho. Mesmo Cuca não conseguiu se encontrar na sua volta ao time.
Agora, percebe-se um movimento para colocar cada um em seu lugar nesse grupo palmeirense. Se dará certo, só o tempo dirá. Mas é um alívio saber que resolveram dar um basta nessa confusão antes que os objetivos do clube sejam perdidos.
Não sei se o vilão dessa história é mesmo o Felipe ou se há outras laranjas mais fedidas. Mas é importante que se tome as rédeas da situação. Nenhum jogador é mais importante que o clube. Muito menos Felipe Melo, que tem apenas seis meses de Palmeiras, não ganhou título algum ou mesmo se destacou em um grande clássico para marcar seu nome no Palestra Itália.
Apesar de ter conquistado muitos seguidores, ele nada mais fez do que gritar bastante e chamar a atenção. É pouco. Não deixará saudades. Mas, repito: é preciso saber se F. Melo era realmente culpado, se está sendo injustiçado ou se há outros agitadores no Palmeiras.