Sacheto: São Paulo segue em seu martírio

O São Paulo continua seguindo à risca a cartilha do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. O empate em 2 a 2, no sábado, em duelo da 23ª rodada do Nacional contra a Ponte Preta, no Morumbi, após abrir dois gols de vantagem, mostrou a fragilidade do time dirigido por Dorival Júnior.

Para piorar a situação, outros clubes que lutam contra a degola mantiveram ou ampliaram a diferença de pontos em relação ao tricolor paulista no fim de semana, com exceção da Chapecoense, que perdeu em casa para o Cruzeiro – o Bahia joga nesta segunda contra o Atlético Goianiense, em Goiânia.

O jogo contra o time alvinegro campineiro deveria ter sido a redenção do São Paulo na competição. Era um confronto direto na parte inferior da tabela. Atuando diante de sua torcida, os são-paulinos tinham a obrigação de vencer. Obrigação. Mas, mesmo abrindo uma boa margem, o time voltou a falhar no setor defensivo, cedeu o empate e quase sofreu a virada.

Dorival Júnior parece estar perdido. Muda a escalação com frequência e não consegue dar a consistência necessária para que a equipe consiga se reabilitar na competição. Sempre falta algo, um detalhe que faz o time deixar as vitórias escaparem por entre os dedos. Já vimos esse filme outras vezes na temporada – foram várias reviravoltas no placar em 11 jogos sob o comando de Dorival.

O elenco perde confiança a cada rodada. Jogos nos quais o São Paulo deveria ser favorito se complicam. A bola claramente “queima” nos pés de muitos jogadores. Além disso, os torcedores – mesmo apoiando de forma muito bonita a equipe, lotando o Morumbi – estão cada vez mais preocupados com a possibilidade do descenso, fato inédito na história do clube seis vezes campeão nacional, tricampeão da Copa Libertadores, bicampeão intercontinental e campeão mundial.

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O único homem que parece destoar dessa incompetência generalizada no São Paulo – e que começa pela diretoria, a principal culpada pela crise – é o volante Hernanes, que voltou do futebol chinês neste ano para tentar salvar o clube paulista. Batizado de “profeta” pela torcida, o jogador tem feito grandes exibições – com direito a golaços de falta –, mas ele não terá condições de carregar o peso todo nas costas.

O São Paulo precisa se encontrar e tem pouco tempo para tanto. São 15 rodadas para o fim do campeonato. Parece muito, mas os confrontos ficam cada vez mais difíceis. Além do mais, o emocional passa a pesar muito. Ainda mais nos clubes acostumados com títulos. O técnico Dorival Júnior tem que decidir quem está com ele e alguns jogadores criar vergonha na cara.

Quanto à diretoria, essa não tem perdão. Ao buscar a sua eleição, o presidente Leco destruiu o planejamento do clube e poderá entrar para a história como o dirigente que levou o clube à Série B do Campeonato Brasileiro pela primeira vez. Como disse o repórter Daniel Batista, do Estadão, meu amigo, ele é o Arnaldo Tirone do São Paulo. Ótima comparação. Mas não nos esqueçamos de que o São Paulo já vem capengando há alguns anos. Outros mandatários também têm culpa no cartório.

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