Victoria Salemi: Se eu fosse o Dorival Júnior…

Se eu fosse o Dorival Júnior, depois da derrota por 1 a 0 para o Santos pelo Campeonato Paulista, ainda estaria tentando entender o São Paulo que tenho nas mãos. Um time que tem alternado entre boas atuações e partidas em que os espectadores que não caem no sono são apenas os mais persistentes.

Se eu fosse o Dorival Júnior, quebraria a cabeça para tentar encontrar uma forma de motivar um grupo capaz de vencer jogos mais simples sem sofrer nenhum gol, mas com uma dificuldade tremenda de ganhar clássicos – mesmo quando o time joga bem, como foi o caso do San-São deste domingo – e que tem saído de campo vaiado pela torcida em qualquer um dos dois cenários.

Se eu fosse o Dorival Júnior, estaria achando as cobranças sobre o São Paulo, que nos últimos cinco jogos tomou apenas um gol e perdeu uma partida, exageradas e, ao mesmo tempo, me preocuparia por saber que o tricolor paulista ainda é assombrado pelo fraco ano de 2017 que teve.

Se eu fosse o Dorival Júnior, concentraria os esforços nos treinos de finalização do São Paulo, porque um time que finalizou quatro vezes mais que o adversário não pode sair de campo com o marcador zerado. Às vezes, assistindo a jogos como o de hoje, até faço uma brincadeira, dizendo que, para ser jogador do São Paulo, é preciso fazer um workshop de finalização, em que os atletas aprendem a chutar fraco e em cima do goleiro. Então, se eu fosse o Dorival, trataria de melhorar isso.

Se eu fosse o Dorival Júnior, viveria um jogo de cada vez. Todos querem títulos? Os jogadores do tricolor não cansam de repetir isso a cada entrevista. Mas, mais importante, é preciso lembrar que a conquista das taças acontece partida a partida. Mais vale um campeonato inteiro de 1×0 com vaia na mão do que duas goleadas voando.

Se eu fosse o Dorival Júnior, tentaria manter a calma. Parabenizaria o Santos pela vitória no clássico e voltaria para os treinos na segunda-feira com a mesma vontade de dar a volta por cima. Porque o elenco do São Paulo não é nem um pouco fraco, porque o ano está apenas começando e porque, apesar das vaias, o torcedor só quer voltar a vibrar com a camisa tricolor.

Ah, e, se eu fosse o Jair Ventura, agradeceria à diretoria do Santos pela volta do Gabigol! Um gol por jogo não é para qualquer um, ainda mais quando se trata de clássico.

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