Iramaia Loiola: Bordalesa & Borgonhesa?

garrafa

Querido Vinho,

 

Ainda bem que já estamos numa relação estável e você me aceita do jeitinho que sou. Em pensar que depois destes anos todos, a desligada aqui não reparou em alguns detalhes do seu corpo. Ou melhor, corpo não, já falamos sobre isso anteriormente. Hoje falaremos sobre a sua embalagem. Não os belos rótulos que veste, estes são sempre um espetáculo à parte. Garrafas. 

 

Como assim não notei que determinados vinhos só são vendidos em determinadas garrafas? E isso tem alguma influência ou altera alguma coisa com relação à bebida? Fui procurar saber.

 

O que acontece é que cada região produtora de vinho costuma ter sua garrafa especial.

 

Tenho certeza de que vocês notaram que o vinho Pinot Noir é comercializado numa garrafa mais bojudinha. Se até euzinha reparei. Agora eu nunca me perguntei por quê. Sou desligada e nada curiosa. E vocês?

 

Então, aquele modelo é da região da Borgonha, na França, de onde vêm as uvas Pinot Noir e Chardonnay. Ah ha! Bingo. A garrafa é chamada de Borgonhesa. Que nome feio..rsrs

 

E o formato mais tradicional, da maioria dos vinhos que consumimos, é chamado de Bordalesa. O nome vem de Bordeaux, também na França, de onde se originaram as uvas Cabernet Sauvignon e Merlot. Por conta da logística de transporte e de acomodação nas adegas, é a mais utilizada pelas vinícolas.

 

E qual a diferença das duas? Naquela garrafa que nos é bastante familiar ficam armazenados os vinhos que levam mais tempo para serem consumidos. Os ombros da garrafa (sim, garrafa tem ombros) retém os resíduos, borra, uma espécie de “sujeirinha” acumulada da uva. A outra serve para vinhos que não formam sedimentos e portanto dispensa-se os ombros..rsrs

 

Há vários outros tipos, mas fiquemos nesses dois pra não confundir. Vamos falando sobre isso mais adiante.

 

A cor também é importante. O verde, da maioria delas, serve como uma espécie de filtro solar. Alguns compostos químicos naturais presentes no vinho são fotossensíveis, ou seja, se deterioram na presença de luz.

 

Quanto ao tamanho tradicional da garrafa – 750 ml, há diversas teorias que estabelecem o motivo pelo qual elas se popularizaram. Quando os vinhos de Bordeaux eram comercializados em barricas pelos ingleses, cada barrica continha 225 L, que corresponde a 300 garrafas de 750 ml. Assim a conta fechava e não teria confusão com os diferentes sistemas métricos utilizados entre os dois países.

 

O bom do relacionamento estável feito o nosso, é que podemos ir desvendando segredos ao longo do tempo. E eu não tenho a mínima pressa, Querido Vinho.

 

 Para tomarmos nossa taça de cada dia, em especial nas madrugadas de sexta, hoje vamos de Baby get it on – música de Tina e Ike Turner, num cover pra lá de quente da banda Bad Touch! Aproveitem, a vida é curta (apesar de eu achar que é longa), para beber vinhos ruins e ouvir música igualmente ruim. Aqui não. É tudo escolhido com carinho para vocês. Até a próxima coluna e garrafa de vinho. Cheers! 

 

6 respostas

  1. Eu não sabia de nada disso, sobre as garrafas, Iramaia!! Muito, muito interessante.

    E a música de hoje foi SENSACIONAL!!! Como você consegue descobrir tantos grupos bons?!?!?! Será… o vinho???

    Parabéns, Iramaia. Até a próxima semana.

    1. Osmar, essa ganhei de presente de um amigo que não sabia que era da Tina Turner. Descobri por acaso ao procurar outras versões dela. Cheguei na original. Mesmo assim resolvi postar o cover que achei bastante honesto, já que o original não tem o som nítido. Vale pela história.

      Até a próxima! Valeu por batizar a seção de comentários…rsrs

    1. Ira, como sempre suas dicas são maravilhosas e quem vê uma garrafa de vinho não imagina quantos segredos estão escondidos. E a trilha de hoje parece que foi escolhida a dedo para homenagear o dia do rock. Cheers and it’s only rock’n roll and I like it.?

      1. Exato, primo. É um mundo vasto de informações e vamos desvendando pouco a pouco. A música é o máximo mesmo, né? Beijocas e até sexta que vem!

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