O autoengano é um processo inconsciente de defesa, surge como uma reação ansiedade ao medo gerado pelo conflito entre o que pensamos e quem queremos ser. Muitas vezes sutil, o problema cresce quando essa armadilha da mente se transforma em hábito e nos coloca em uma realidade paralela.
Aprender a reconhecer os momentos em que mentimos para nós mesmos pode não ser um exercício fácil, mas é necessário. Ele nos ajuda a desenvolver o autoconhecimento e a compreender quem realmente somos e o que nos motiva.
Como uma barreira de proteção, repetimos para nós mesmos mentiras que nos permitem ignorar a realidade e o quão cruel ela pode ser.
Impactos do auto engano em sua vida:
Quando o autoengano é uma realidade, nos tornamos incapazes de perceber o quanto as nossas próprias ações influenciam situações negativas que vivenciamos diariamente.
Isso torna mais difícil assumir a responsabilidade e também nos distancia de quem realmente somos. Como consequência, não sobra espaço para uma autocrítica e evoluir.
No lugar de lidar com os problemas e as implicações que eles trazem, elaboramos uma realidade distinta mais fácil de absorver.
A palavra autoengano refere-se aos fenômenos relacionados a mentir para si mesmo. Esta é uma das grandes armadilhas da mente. O autoengano ocorre em situações onde convencemos a nós mesmos de uma realidade que é falsa, mas fazemos isso de forma inconsciente.
A diferença entre mentira e autoengano é que, na mentira, a pessoa está ciente de que não está dizendo a verdade, enquanto no autoengano aceita como verdade uma realidade que é falsa sem ter consciência disso.
Em outras palavras, quem mente para si mesmo não percebe o que está fazendo, e aí reside precisamente o poder do autoengano. Enquanto não percebemos, o autoengano manifesta o seu poder de modo silencioso.
Existem diferentes tipos de auto engano, dentre eles temos quatro que se destacam:
- Autoengano funcional: ocorre em situações que a pessoa mente para si mesma buscando se convencer de que a sua decisão está correta.
- Valorizar para acreditar: os seres humanos não conseguem manter por muito tempo uma contradição entre o sistema cognitivo (crenças, pensamentos e ideias) e o sistema comportamental (ações, comportamentos), e o autoengano “valorizar para acreditar” ocorre como uma forma de resolver essa contradição.
- O auto engano consolador: é a estrela dos autoenganos e é observado frequentemente em pessoas muito ciumentas. A pessoa coloca a culpa pela sua situação em um agente externo e sente pena de si mesma.
Assim, o auto engano consolador protege a autoestima e o ego. Nos faz acreditar que não somos culpados pelo que acontece e que somos vítimas da situação. O efeito psicológico deste auto engano é que nos impede de enfrentar os problemas que nos fazem sentir mal e confirma que é impossível superá-los.
- Mentir para os outros para convencer a si mesmo: uma das maneiras mais sutis de auto engana mentir para os outros para convencer a si mesmo. São situações onde a pessoa conta as suas histórias, situações e percepções de forma distorcida ponto inicialmente ela pode estar consciente nessa pequena distorção da realidade, mas gradualmente a pessoa acaba sendo absorvida pela sua história e pelo personagem.
O cérebro se adapta a desonestidade e a mentira que é experimentada como uma realidade. É como se a pessoa se esquecesse de ter construído uma falsa verdade, continua a negar a realidade, não por desonestidade, mas porque realmente acredita nisso.
Ninguém está livre do autoengano. Não mentir para si mesmo requer uma profunda reflexão pessoal.
Mergulhar dentro de si mesmo, conhecer os seus valores, ideias e desejos é o primeiro passo para protegê-lo de qualquer autoengano.
Dicas para evitar o auto engano:
- Se permitir ser quem você realmente é com todas as qualidades e defeitos. Aceitar que não somos perfeitos, mas que podemos melhorar sempre, é o passe inicial para encarar a realidade com mais confiança.
- Fazer escolhas conscientes e inusitadas. De vez em quando, saia do automático e busque cultivar novos hábitos, conhecer lugares em que nunca esteve e até mesmo mudar trajetos habituais.
É sobre perceber que não existe um caminho único a ser seguido e que está tudo bem admitir se você nem sempre fez a escolha certa sobre qual deles trilhar.
