Em paralelo ao crescimento nos casos de transtornos psiquiátricos, é notório o preconceito com quem sofre de algum tipo de doença mental.
A palavra “preconceito” é definida no dicionário como ato de julgar algo ou alguém antes de obter o conhecimento a respeito. Aqui a hostilidade e a intolerância são resultado da generalização apressada do senso comum.
É contra esse preconceito que a psiquiatria combate há anos e nos direciona para outro termo: a psicofobia.
A psicofobia é o preconceito às pessoas que sofrem de transtornos e deficiências mentais. Popularmente, as doenças mentais são distorcidas para conotações negativas. A psicofobia existe quando o indivíduo é caracterizado como “louco” ou “doido” e quando a doença é negada por familiares, profissionais de saúde, pelo próprio paciente ou até mesmo pelo governo (municipal, estadual ou federal).
A vergonha do diagnóstico, a recusa por tratamento medicamentoso e a aversão a psiquiatras também estão incluídas nesse tipo de discriminação.
O estigma cultuado pela sociedade preconceituosa pode levar a consequências muito negativas em cidadãos com doenças mentais. O estereótipo injusto afeta a forma como os pacientes interagem com os serviços de saúde e com o mundo, uma vez que a doença passa a ser o aspecto central da sua identidade.
O impacto do estigma na autoestima do paciente também deve ser levado em consideração, pois está associado a um maior risco de depressão e suicídio. Em outras palavras, o estigma mata. Mata por falta de acesso a informação, mata por não ter a atenção adequada e mata por total desassistência. O indivíduo enxerga como única solução atentar contra a própria vida.
O preconceito e a discriminação contra pessoas com transtornos mentais podem ter consequências negativas para a saúde mental e para a vida de quem sofre:
O preconceito pode impedir as pessoas de procurar ajuda de psicólogos e psiquiatras.
O estigma social pode levar a que a doença mental se torne o aspecto central da identidade da pessoa.
A discriminação pode dificultar a busca e manutenção de emprego, moradia e serviços de saúde.
O preconceito pode afetar a interação social com a família, amigos e comunidade.
O preconceito em relação a pessoas com transtornos mentais é conhecido como psicofobia.
Para ajudar alguém com um problema de saúde mental, você pode:
- Observar, conversar e buscar ajuda.
- Apresentar-se como uma pessoa confiável.
- Mostrar que você pode ajudar.
- Buscar ajuda na comunidade ou cidade.
- Procurar profissionais de saúde, preferencialmente de saúde mental.
O preconceito na saúde mental é um problema que precisa ser vencido para que o sofrimento psicológico de quem possui condições de saúde mental seja cessado ou minimizado. Além de haver uma discriminação contra esses indivíduos, também há preconceito contra a terapia e os medicamentos psiquiátricos.
E esse preconceito ,pessoal, é terrível. É terrível porque ele faz mal para as pessoas que são vítimas desses preconceitos e ele afasta essas pessoas dos tratamentos, dos cuidados, das psicoterapias, do acompanhamento médico psiquiátrico, e por aí vai. Ou seja, psicofobia, ou preconceito em relação à saúde mental, só traz prejuízos para essas pessoas, e obviamente para a população como um todo.
Aqui no Brasil, no dia 12 de abril, a partir de uma iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria, foi instituído o Dia Nacional de Enfrentamento da Psicofobia, como uma forma da gente desmistificar essa questão da saúde mental e da gente combater ativamente os preconceitos em relação às pessoas que têm algum transtorno mental ou alguma deficiência mental.
Se a gente for pensar, hoje em dia muita gente com depressão, com ansiedade, com quadros psicóticos, com quadros de dependência de substâncias, com transtorno de personalidade. E se essas pessoas não são cuidadas, se essas pessoas se afastam dos serviços de saúde, elas correm um risco muito maior de ter a sua vida prejudicada, de ter a sua vida impactada, e mesmo um risco muito maior de suicídio. Portanto, pessoal, é fundamental que você, individualmente, combata esses preconceitos em relação à saúde mental.
Essa história de dizer que quem tem depressão tá com frescura, ou tá se vitimizando, ou tá aí com mimimi, não tem nada a ver. Chamar de louco quem tem algum sofrimento emocional também é péssimo. Afasta essas pessoas, estigmatiza essas pessoas, e só faz mal para elas. Portanto, pessoal, transtornos de saúde mental e deficiência mental merecem todo o seu respeito e mais do que isso, que você combate ativamente o preconceito contra essas pessoas.
Pessoas que sofrem com transtornos mentais podem desenvolver baixa autoestima, internalização de crenças negativas sobre si mesmo, isolamento, desesperança, vergonha e dificuldades para encontrar um emprego.
A vergonha, principalmente, faz com que muitas pessoas adiem o momento de pedir ajuda. Porém, a demora entre o início dos sintomas e a busca de um profissional pode ser o diferencial para a eficácia ou não do tratamento. O silêncio, além de agravar a situação da pessoa que sofre com questões de saúde mental, também reforça as estruturas sociais que alimentam o preconceito e a discriminação.
Existe um longo caminho para que os estigmas relacionados aos transtornos mentais sejam eliminados. Porém, esse é um movimento que vem aumentando. Falar sobre saúde mental é necessário, mas agir em prol de uma sociedade mais amorosa, mais acolhedora e mais tolerante é algo urgente.