A Família Bórgia & Rubem Alves

Bom dia meus queridos amigos,

Estamos ainda no Brasil. Eu aproveito para comprar livros em Português.

Já devo ter comprado uns 6 livros! Sinto saudades de ler em Português. Estou lendo 2 livros ao mesmo tempo. Aliás, eu tenho que ler muito. Não leio sempre o que gosto. Leio para os meus estudos. Muitas vezes, leio porque tenho que ler. Frequentemente, leio para desenvolver palestras. Leio para o meu trabalho. Leio porque devo ler!

Muita coisa que leio é chato demais; mas tenho que ler!

Dito isso, eu estou trabalhando para um projeto que acontecerá em Florença dentro de alguns meses. Achei um livro interessantíssimo em uma das livrarias do Shopping Higienópolis. O tal livro é sobre a família Bórgia: Os Bórgias!

Você já ouviu falar sobre eles? Você já ouviu falar sobre o Papa Alexandre VI (Rodrigo Bórgia)? E dos seus filhos Cesare Bórgia e Lucrezia Bórgia?

Você ficou surpreso porque eu disse que o Papa tinha filhos? Você ficaria mais surpreso se soubesse das amantes que ele tinha, tanto quanto das diabolices que ele fez para conquistar os últimos votos para ser eleito Papa em 1492.

As histórias da Camorra e da Máfia ficam apequenadas quando se lê sobre a família Borgia. O livro que tenho em mãos é de autoria de Alexandre Dumas, o autor francês conhecido por suas obras históricas tais como “Os Três Mosqueteiros” e “O Conde de Monte Cristo”.

Pois bem, Dumas faz um trabalho sucinto e preciso ao construir o contexto histórico e político do século XV quando o Renascentismo era o pano de fundo durante uma das épocas históricas mais significativas do ponto de vista da arte, da ciência, da literatura e da arquitetura. Há muitos documentários sobre a família Bórgia. Muita coisa está disponível on-line.

Eu já vi muitos destes documentários, mas é a primeira vez que tenho em mãos um conteúdo em Português. Eu folheio cada página, e eu fico arrepiado. Não há nada novo, mas toda vez que leio algo desta natureza o meu coração se enche de tristeza.

E por que fico tão triste?

A razão é simples. Tudo é feito em nome de Deus, e todos e tudo estavam vestidos de piedade e pseudo-devoção enquanto incestos e assassinatos aconteciam, ganância e poder faziam parte da rotina das decisões do clero. E mais ainda, o povo aplaudia as loucuras construídas por aquele que supostamente representava Deus na Terra.

De modo que Dumas escreve o que ocorria nas ruas de Roma e ao redor do Vaticano, ou seja, o povo cantava e dançava, e todos gritavam em alta voz: “Roma sob o governo de César alcançou a vitória. Em todo o mundo e em meios aos seus. Mas Alexandre estenderá muito além essa glória. César era apenas um homem. Alexandre é um Deus”.

O meu querido amigo Armando Padovan que acompanha esta coluna todas as semanas tem total razão. Infelizmente, ele tem razão! Ele me disse: “Fábio, nós conhecemos muito pouco sobre a História da Igreja. Aliás, eu diria que nós não sabemos nada sobre a História da Igreja!”

A história se repete em grau maior ou menor ao longo dos séculos por todos os lados na geografia da Terra. A história se repete bem diante dos nossos olhos e não sabemos discernir. É uma pena!

Por outro lado, eu achei um livro do Rubem Alves que tem feito muito bem para a minha alma. Há dois meses, o Rubem Alves estava no meu Mestrado de Teologia. No entanto, eu tive que lê-lo em Inglês. Eu tive que lê-lo para discutir teologia em classe.

Nada melhor do que ler algo leve sem a pressão de produzir algum seminário ou palestra. Eu comprei o seu livro na pequena livraria que está em Atibaia. Que bom!

Eu não estou lendo Rubem Alves com a intenção de trabalho ou projeto. Eu apenas estou lendo para que faça bem para mim mesmo e me inspire, para que eu veja a vida com mais poesia e música, para que cada encontro humano seja uma dádiva divina, para que cada refeição seja uma eucaristia, e para que cada lugar na natureza, entre as árvores e bosques, se torne a minha catedral.

Eu já estou terminando. O livro que tenho em mãos se chama “Do Universo à Jabuticaba”.

Poderia escrever dezenas de colunas inspiradas na obra do Rubem Alves. Deixo com você alguns destes parágrafos. Espero de todo o meu coração que te inspire e faça você ver o significado que existe no “Milagre da Vida”:

“…Toda vida é sagrada, porque tudo o que vive participa de Deus. E se até mesmo o mais insignificante grilo, no seu cricri rítmico, é um pular da divindade, não teríamos nós, com muito mais razão, de ter respeito igual pelos nossos inimigos? Amarás a mais insignificante das criaturas como a ti mesmo. Quem não fizer isto jamais verá Deus face a face. Reverência pela vida: tudo o que vive é expressão de uma harmonia universal, revelação da divindade, gotas de água de um mesmo mar. As coisas vivas não existem só para nós, elas vivem também para si mesmas e para Deus. E também elas amam a doçura da vida tanto quanto nós”.

Até a próxima!

Atibaia

 

 

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem 01: Canvas

Imagem 02: Capa Livro – Os Borgias – autor  Alexandre Dumas

Imagem 03: Capa Livro – Do Universo à jabuticaba – autor Rubem Alves

3 respostas

  1. Já li Os Borgias há muitos anos atrás. É arrepiante a história e tem detalhes que a gente nunca mais esquece mas, acho muito importante pois são fatos reais que a acontecem com frequência porém, raramente aparecem.

    1. Bom dia Vilma,
      Obrigado pelo teu comentário.

      De fato, é arrepiante a trajetória da família Bórgia. A Netflix tem vários episódios. Há outros documentários sobre o assunto também. Eu recomendo todos eles para aqueles que gostam de história.

      Um forte abraço para você.
      Até a próxima!
      Fábio

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