As impressões digitais divinas na Natureza

– “Papai, tudo é tão perfeito!” A Sophia olha para mim e para os fiordes que rodeiam o barco como se fora um gigantesco labirinto de montanhas que é visitado por enseadas, lindos canais e pequenas ilhas.

– “De fato, é lindo! É pura criação divina”. Começamos uma conversa agradabilíssima enquanto fico chocado com a cor do oceano em contraste com as gigantes rochas que estão por todos os lados.

– “Papai, parece uma pintura. Uma pintura perfeita!

A charmosa cidade de Cassis

Bom dia meus queridos amigos,

A Natureza é um dos pilares fundamentais da revelação divina na tradição judaica-cristã desde sempre. Aliás, na cultura celta aprendemos que a natureza é a catedral de Deus. Para Francisco de Assis, a natureza tinha um papel fundamental no entendimento e compreensão das inegáveis impressões digitais divinas no chão da existência humana.

E mais ainda, as civilizações mais antigas, localizadas nos lugares mais remotos, nas ilhas mais inalcançáveis, distantes das culturas ocidentais e do pensamento filosófico, tiveram as mesmíssimas intuições e percepções.

De modo que muitos olhavam para a sincronia entre as estações do ano tanto quanto o orquestrar da lua com o sol, cada uma destas tribos, povoados não atingidos e que não receberam nenhuma influência religiosa ou cultural europeia, eles de alguma maneira, por alguma intuição, sabiam sem explicar que por trás do brilho do sol, havia um ser maior que o iluminou.

Dito isto, eu pessoalmente percebo que cada vez menos a nossa espiritualidade tem um olhar carinhoso e reverente para a natureza.

Cada vez menos o ser humano tem tempo para fechar os olhos e sentir a brisa suave soprando no rosto, pois parece que a nossa agenda não permite tal pausa. Cada vez menos percebemos o barulho das ondas e sentimos o calor do sol penetrando nos nossos poros, pois nos tornamos seres da tecnologia e escravos das nossas mensagens do WhatsApp e Facebook.

Já não temos tempo para caminhar sem agenda.  Temos que ter uma agenda, senão estamos perdendo tempo.

O fascinante mar Mediterrâneo que se esverdeia entre os labirintos das covas e gigantescos penhascos.

Já não temos tempo para olhar e apreciar o verde brilhante de uma folha que se junta na dança de outras centenas e milhares de folhas que pertencem a uma árvore que já passou por muitas chuvas, e muito calor. No entanto, ela permanece firme para nos ensinar a perseverar. Tristemente, devo dizer que a impressão que tenho é que a natureza não diz nada, não nos ensina nada, e está apenas como parte de um teatro chamado vida decorando o palco onde apenas existe um protagonista: o homem.

Nos tornamos o centro do universo e não nos damos conta de tal presunção e ambição descontrolada! Na realidade, não nos damos conta tampouco que é exatamente na natureza onde encontramos as impressões digitais do Criador.

Eu achei fascinante ler sobre o estudo da universidade de Tel Aviv que publicou na revista Cell o descobrimento da emissão dos sons das plantas quando elas estão em um contexto de estresse. Quando elas estão sendo ameaçadas por uma ação humana. Quando elas estão sem água. Os animais são capazes de perceber tal emissão e freqüência de som que os humanos não conseguem ouvir.

Por exemplo: O abraço de um humano em uma árvore faz com que ela emita um som diferente de um som que é emitido pela mesma árvore devido a uma potencial ameaça de cortá-la. E mais ainda, Adrew Adamatzky professor no Unconventional Computing Laboratory da University of the West of England, publicou na Royal Society Open Science um estudo sobre os cogumelos que são capazes de “falar” através de impulsos elétricos que crescem quando estão em contato com algum tipo de fontes de alimentos ou algum perigo em potencial. O estudo afirma que os cogumelos usam no seu vocabulário até 50 palavras.

Pois bem, nas Escrituras Sagradas, encontramos textos e mais textos sobre a natureza como forma de comunicação de Deus para com o homem, mas parece que o homem está distraído com os caminhos que ele escolhe para se relacionar com o Criador. Um dos textos extraordinários está no livro dos Salmos que afirma, “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo.

Os imensos fiordes e as ilhas de rochas fazem parte destas impressões digitais divinas no sul da França.

Neste fim de semana, conseguimos vir ao sul da França e ver a beleza dos fiordes franceses. Entre montanhas gigantescas e penhascos de tirar o fôlego, entre a luz brilhante do sol e o barulho das ondas, entre imensas rochas e os labirintos criados pelo Divino, eu e a Sophia tivemos um pequeno diálogo que nos levou a refletir sobre a perfeição do Criador e nas suas inegáveis impressões digitais.

Eu desejo a todos vocês uma ótima semana.

Enseadas e penhascos entre os fiordes franceses desenham uma pintura mágica de cores e contrastes.

Não se distraia! Pois, as impressões digitais do Criador estão por todas as partes.

Até a próxima!

La Ciotat, sul da França.

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagens: Arquivo pessoal do colunista

4 respostas

  1. Sim filho…a natureza realmente, mostra que nosso DEUS EXISTE.
    Eu particularmente amo meu verde…falo com minhas árvores….. pela manhã digo bom dia …as minhas plantinhas….

    E sinto q elas me ouvem….tudo criado pelo nosso DIVINO DEUS.

    ATE A PRÓXIMA

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