Fábio Muniz: Um reencontro depois de 40 anos!

Bom dia a todos vocês!

Na semana passada eu escrevi sobre as diabolices e insanidades do Putin tanto quanto sobre a não justificável invasão russa em terras ucranianas. Você se lembra? Caso você não se lembre, eu te convido a ler o meu texto Ucrânia – Mais um Momento Apocalíptico na História.

Pois bem, um dia após ter escrito a coluna da semana passada, eu estava almoçando com um amigo querido quando ele me perguntou se eu conhecia o deputado Arthur do Val. Eu não tinha a mínima idéia quem era este senhor. Eu nunca tinha ouvido falar sobre tal indivíduo.

Ora, assim que ele me contou o que havia acontecido, eu sinceramente não consegui entender. Eu me perguntava: Como alguém tinha saído do Brasil para ir à Ucrânia enquanto os civis estavam deixando o país debaixo de um covarde bombardeio?

Impossível entender!

Isto posto, assim que deixei a mesa e me despedi do meu querido amigo, no meu WhatsApp um outro amigo já havia enviado um texto com o áudio do senhor Arthur do Val.

Eu ouvi. Eu não acreditei.

Eu simplesmente fiquei mudo. Eu dispenso comentários.

O áudio falar por si.

Eu posso parar por aqui. Não há comentários para tal áudio feito dentro de um “momento descontraído” do senhor Arthur do Val enquanto o cenário tem sido apocalíptico no leste europeu.

Na realidade, o meu preâmbulo composto por figuras públicas e insanidades se contrapõem com a minha primeira e querida professora: A irmã Margarida. Aliás, eu vou chamá-la de tia Margarida, pois assim a chamei há 40 anos quando nos encontramos na Escola Santa Maria, em São Paulo.

E talvez você me pergunte: “Fábio, porque estes contrastes e o fato de você nos apresentar para a tua primeira professora?

A razão é simples. Eu semanalmente conheço dezenas de pessoas novas enquanto organizamos dezenas de projetos culturais. Eu mensalmente converso com centenas de pessoas literalmente. Mas, ainda admiro os anônimos da história humana, pois tais anônimos que eu tenho conhecido na jornada da minha vida, são os anônimos dos homens, mas certamente conhecidos por Deus pelos seus atos de bondade silenciosa e amor incondicional sem marketing.

Eu admiro a cada um deles. Eu aprendo humildemente com muitos deles. Eu me sento ao lado deles e ouço as suas histórias de resiliência, perseverança, e da singeleza de cada encontro e reencontro humano.

Dito isto, eu tenho aprendido ao longos dos meus 46 anos de idade, viajando por mais de 30 países, e vivendo no sexto país desde que deixei o Brasil, um princípio que para mim se tornou absoluto: o que vale nesta existência debaixo do sol não é o aplauso dos homens, mas o aplauso de Deus.

De modo que eu lamento que cargos públicos de todos os níveis e lideranças mundiais estejam sendo ocupados por indivíduos que fazem dos seus “umbigos” os seus reinos, e a idiotice humana chegou ao nível mais animalesco e canibal em pleno século XXI.

Visitamos à escola Santa Maria alguns dias antes de visitar a tia Margarida.

Eu ainda me recordo de valores que aprendi na minha Escola Santa Maria onde eu e a Júlia tivemos a oportunidade de visitar enquanto estávamos no Brasil.

Júlia na entrada do Santa Maria

Eu ainda me recordo da tia Margarida, e o seu carinho singelo enquanto ela cuidava dos seus alunos.

Eu ainda me recordo da sua dedicação e paixão. O mesmo carinho, dedicação e paixão pelas crianças, foram as mesmas sementes espalhadas ao longo dos seus mais de 80 anos nos corações de idosos esquecidos nas cidades pobres de um Brasil tão paradoxalmente rico. O mesmo carinho, dedicação e paixão ela nos ofereceu na semana passada enquanto visitávamos o lindo, e tranquilo convento onde ela tem vivido nestes últimos anos.

Durante a nossa visita eu usei o WhatsApp para uma vídeo chamada. Uma outra aluna da tia, a nossa amiga Adriana, também participou da nossa alegria e deste reencontro.

Por qual motivo o mundo carece de gente como a tia Margarida? Por que os anônimos, gente boa de Deus, gente humana, ficam no anonimato? Por qual razão os gananciosos e lobos-soberbos se vestem de ovelhas? Por qual motivo não conseguimos discernir tais lobos-soberbos que enganam e iludem o povo enquanto sobem nos palanques, púlpitos e se assentam em “tronos” tanto quanto se apresentam diante dos magnatas, príncipes e reis deste mundo tenebroso?

A minha pequena Júlia se divertiu enquanto conversávamos com a tia Margarida.

Eu dedico esta coluna com muita gratidão à tia Margarida. Eu dedico esta coluna com muita gratidão à escola Santa Maria que me proporcionou os meus primeiros 8 anos de educação. Eu dedico esta coluna com muita gratidão à todos os professores que possam ler este texto e alunos, pois eles fizeram parte da minha jornada acadêmica que me proporcionou não somente o conhecimento acadêmico, mas o convite para a prece, o silêncio, o convite para uma viagem para dentro, e para amar o próximo.

A minha irmã Alessandra estava conosco. A tia Margarida também foi a sua primeira professora na escola Santa Maria.

Em um mundo de tantos discursos em nome de uma pseudo-fé. Em um mundo de tantas palavras em nome de Deus. Em um mundo de tantos discursos e projetos de uma pseudo-paz. Em um mundo onde queremos conquistar em nome de um altruísmo para fora, mas em última análise tem a ver com o “meu” reino, a “minha” vontade, o “meu” nome…

Eu faço das palavras de Abraham Lincoln, as minhas próprias palavras, e a minha prece:

Não me importa que Deus esteja do meu lado. O que espero ardentemente é que me ache do lado Dele”. 

Até a próxima coluna!

Fábio Muniz

Collonges-au-Mont-d’Or

 

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

 

Imagem: Arquivo Pessoal do Colunista

4 respostas

  1. Não tenho palavras!
    Digo q só chorei….sds infelizmente não volta atrás este tempo tão gostoso.
    Mas,agradeço a Deus tds os dias q tenho filhos abençoados por Deus.
    Mil beijos a tds Vcs q lerem este portal

    1. Rosangela,
      Você tem razão. Momentos tão simples se tornam momentos eternos. Obrigado por ler e estar no portal do Andreoli.
      Um beijo grande para você!
      Fábio

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