Fábio Muniz: Você já acordou “com o pé esquerdo”?

Bom dia meus queridos amigos,

Todos nós do Brasil sabemos o significado da expressão “acordar com o pé esquerdo”. A origem do significado está intrinsicamente conectada com os romanos que relacionavam o lado direito com o fato de atrair a sorte, e o esquerdo, de atrair o azar. Assim que os romanos acordavam, eles criam redondamente que deveriam pisar no chão com o pé direito. Assim que os romanos entravam em uma casa, eles criam redondamente que deveriam entrar com o pé direito também.

De modo que esta expressão e superstição ganharam contornos nas culturas ocidentais e sutilmente nos múltiplos idiomas. A maioria de nós não nos damos conta quando dizemos, “Beltrano é o meu braço direito”. “Fulano é o seu braço direito”. Pois bem, esta expressão de confiança e força vem exatamente da mesma linha de pensamento do tal pé direito.

Ora, deixando a superstição de lado, vamos falar da realidade esmagadora que está pra além da expressão de azar relacionada ao “pé esquerdo”.

Há dias que independentemente de levantar com o pé esquerdo, a impressão que nos dá é que de fato tudo está dando errado.

A esposa briga com o marido, vai sair da garagem e bate o carro. A garota que implica com o namorado pela manhã, chega no fim da tarde, e discute com a melhor amiga. O empresário se dá conta que o celular está sem bateria antes de fazer uma ligação importante, quando busca o carregador na pasta, percebe que ele esqueceu em casa.

Quem nunca passou por um momento de crise desta natureza onde a sequência de fatos é implacavelmente negativa? Aliás, você sabia que todos nós, seres humanos, temos uma tendência horrorosa: criticar, julgar e se proteger. Simples assim. Esta é a nossa natureza…

– “Eu estou certo, e o meu ponto de vista é assim. Eu tenho a verdade, e Fulano se equivoca”.

– “Olha só o que estão dizendo de mim, é um absurdo”.

– “Deste jeito não vamos sair do lugar, deveriam fazer o projeto de uma outra maneira”.

Criticar, julgar e se proteger.

Não é à toa que dentro de uma sequência de negatividade o mundo gira ao redor do nosso umbigo. Você sabe quando normalmente saímos deste mundo de negatividade e deixamos as nossas lentes de crítica, do julgamento sem reflexão, e da suposta proteção da nossa reputação? Você sabe quando a nossa falta de compaixão dá lugar para uma alma sensível, cheia de gratidão, e consciência que a vida é um sopro e temos que vivê-la como se fosse o nosso último instante na face da Terra?

Normalmente quando somos visitados por uma tragédia.

Infelizmente, o ser humano toma um choque na existência e começa a refletir com outros olhos quando alguém muito querido vem a falecer. O ser humano cai em si, e começa a pensar no valor do amor incondicional e do sorriso generoso quando percebe uma catástrofe humana de proporções globais. O ser humano começa a valorizar quando a perda é iminente, e portanto, cada minuto deve ser aproveitado, cada abraço deve ser valorizado, cada encontro deve ser celebrado, pois não se sabe se o amanhã lhe dará tal oportunidade.

Não é de se admirar quando lemos a simples sabedoria de Jesus nas três parábolas: A parábola da ovelha perdida, a parábola da dracma perdida e a parábola do filho pródigo, pois elas nos ensinam que na tragédia da perda, nos damos conta que éramos felizes e não sabíamos, até que perdemos e com o processo da tragédia, os nossos olhos se abrem.

O meu convite é que você não espere a perda, mas se encha de gratidão e viva a vida com um olhar misericordioso. O meu convite é que você não diga palavras que carreguem o ódio e a amargura, mas sejam palavras que ajudem, encorajem e animem.

Eu confesso que na semana passada parecia que eu tinha “acordado com o pé esquerdo”. Uma sequência horrorosa de pequenos “desastres” pela manhã. Até mesmo peguei o caminho errado para ir buscar um amigo que me esperava no metrô. Caminho que faço todos os dias e poderia fazê-lo de olhos fechados. Só não faço, se a minha cabeça está dentro de um porão de tanta negatividade, e assim estava.

Liguei o rádio, e fiquei surpreso com a música, “What a Wonderful World” de Louis Armstrong. Parei o carro. Fechei os meus olhos. Respirei umas três vezes. E fui invadido pela mensagem que me levou a fazer um giro de 90 graus na minha manhã.

Faça esse giro hoje!

Faça esse giro de 90 graus nesta semana caso você se depare com algum momento de estresse e desespero.

Eu deixo com você a versão em Português da música “What a Wonderful World”.

Até a próxima!

Eu vejo as árvores verdes, rosas vermelhas também

Eu as vejo florescer para mim e para você

E penso comigo: Que mundo maravilhoso

Eu vejo os céus tão azuis e as nuvens tão brancas

O brilho abençoado do dia, e a escuridão sagrada da noite

E eu penso comigo: Que mundo maravilhoso

As cores do arco-íris, tão bonitas no céu

Estão também nos rostos das pessoas que passam

Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: Como vai você?

Eles realmente dizem: Eu te amo!

Eu ouço bebês chorando, eu os vejo crescer

Eles vão aprender muito mais que eu jamais vou saber

E eu penso comigo: Que mundo maravilhoso

Sim, eu penso comigo: Que mundo maravilhoso

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