Sueli Oliveira: Até onde vai seu limite?

O limite é o marco até onde podemos nos apoiar ou nos direcionar do quanto suportamos como seres humanos algo que nos incomoda que infringe nossos valores, regras e crenças estabelecido por nós mesmos como algo destrutível, que coloca em jogo o nosso bem-estar, nossa estrutura física emocional e mental.

O limite também é conhecido como um escudo de proteção, uma régua que se possa mensurar a capacidade de até onde possamos chegar, sem que ultrapasse a linha do permitido por nós mesmos.

Alguns ultrapassam este limite, um limite sem filtro, sem pensamento, sem processamento de ideias e ideais que vão além da moralidade e da ética, um limite ofensivo ou falta dele no qual o que o outro pensa não importa, não é sobre este limite que falamos.

É sim do limite que vai além, que ultrapassa o próprio controle e parece o dominar, infringindo sua dignidade, que destrói sua essência e repele sua intimidade, desagrega sua parte emocional e sentimental e o coloca em posição de refém, não do outro, mas de suas escolhas mal feitas e mal sucedidas é da falta de coragem das tomadas de decisões.

Ter orgulho é bom ser orgulhoso é nocivo principalmente quando se trata de soltar as amarras e limitar-se a permitir procurar ajuda e enxergar que não consegue lidar com suas crenças e regras impostas a si próprio.

Pessoas protelam e vão protelando suas tomadas de decisões, prolongando o sofrimento, a dor, a angústia e até mesmo a forma como lidar com o seu próprio eu, deixando aflorar assim dentro de si emoções e sentimentos que se transformam em doenças, como urticárias, taquicardia, fobias, depressão, ansiedade e etc.

Criamos expectativas e essas expectativas são como farelos, pode desmoronar de uma hora para outra e mesmo assim as pessoas não enxergam o limite como uma defesa do eu. Vai além deste limite, se colocando a prova, se machucando, permitindo que feridas sejam abertas ou reabertas e que nunca feche.

Por que isso acontece? Por que não enxergam? Por medo, por falta de coragem, por vulnerabilidade, por incapacidade de tomar decisões, por acreditar que a situação vivida não pode ser mudada, alguns até usam a frase “ruim com, pior sem”, como consolo para sua miopia, chamada falta de iniciativa.

Tenho me deparado com pessoas que aceitam migalhas sentimentais, que para caber na vida do outro se diminui, seja na amizade ou em relacionamentos afetivos, que parecem precisar de uma muleta para sustentar a si próprio e permite aceitar do outro o menos do que realmente merece. Casais que denominam a falência afetiva e preferem viver em uma redoma de mentiras e desgastes sentimentais e emocionais, pelo único motivo os bens materiais. Não se importam com suas felicidades e não importam com os valores e preceitos morais que passarão aos seus filhos. Mal sabem que a falta de decisão colabora na desestruturação e no desenvolvimento precário da criança e adolescentes na falta de tomada de decisões em suas vidas futuras, servido como espelhos.

Há também pessoas que estão infelizes em seus trabalhos, que não conseguem desempenhar suas funções como gostariam, seja por limitação da empresa ou por ingerência, é preciso encontrar um equilíbrio, se depende do emprego e não pode sair dele, coloque e estabeleça em sua régua limitante sua permanência naquele local.

Alunos que entram em uma universidade, mas não se identificam com a profissão, mas seguem, faltando as aulas ou dando o mínimo de si como forma de agradar um desejo egoico do pai ou da mãe, são infelizes, e para não desagradar sua parentalidade permanecem sucumbindo seus desejos, chegando a consumir substâncias químicas ou álcool, como forma de ir à além de seus limites.

O descontentamento é geral e em todos os âmbitos, estas pessoas estão fardadas a doenças psiquiátricas que podem afetar sua estrutura psicológica.

É preciso entender que o antídoto está em suas mãos ao longo da vida esse limite vai se estendendo e parece que essa extensão chega a ser confundido com intolerância. Procure ajuda de um profissional se não consegue lidar com suas próprias frustrações, com seus próprios medos.

É pergunte-se sempre, até onde vai o meu limite?

A Psicóloga

Sueli Oliveira

Imagem: Freepik

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