Criada em uma família de italianos, que conversavam com risos, voz alta, gestos estabanados e sempre me pareceu que carregavam pedaços do coração em cada um dos dedos, não pude deixar de assistir a entrevista do novo técnico da Seleção Brasileira, Carlo Michelangelo Ancellotti.
No mesmo momento da apresentação o novo Comandante da CBF, recentemente empossado Dr. Samir Xaudi, prometia total independência e autonomia para a condução assertiva da nova Seleção Brasileira e seu novo técnico.
Creio que eles, Samir e Carlo, trazem sangue novo e vontade de fazer história na oportunidade que se apresenta.
No caso de Samir, encontrou uma “casa” desorganizada e desacreditada por seus antigos moradores e pretensos governantes que se agarravam a uma tábua de salvação. Sem êxito.
Nessa dança de Carlo Ancellotti, ele vem, ele não vêm, ele quase vem e por fim ele veio e chegou no prédio da CBF, e tudo pareceu um enredo de novela bem brasileira. Digna dos enredos trabalhados na malicia e costumes bem brasileiros de Dias Gomes e com o final feliz de pura emoção da autêntica obra de Janete Clair.
E as perguntas que ele recebeu foram aquelas mesmas que certamente eu e muitos outros fariam, na sala de casa, entre goles de café, bolo de fubá, pães de queijo e marmelada cascão e muita curiosidade.
Por que escolheu o Brasil? Como o Brasil se posicionará em campo? Por que trazer jogadores de fora se temos tantos valores aqui mesmo? Por que Casimiro? Por que não Neymar? Por que? Por que?
E assim ele habilmente foi respondendo sem enrolação e “na lata”, com a melhor das simplicidades e com respostas diretas e honestas.
Eu senti muito orgulho da nossa Seleção, receber admiração e respeito de um técnico tão vitorioso, premiado e admirado pelo mundo todo como Ancellotti.
Ouvi comentários descontentes sobre os jogadores mais maduros como o convocado jogador Casimiro.
Mas penso que nesse momento ele precisa se cercar daqueles que ele confia e reconhece as habilidades necessárias. Nada como explicar e ser entendido.
Receber um “Benvenuto Carlo” de Zico, Falcão, Parreira, Rivelino, Rogério Ceni, Júnior e do grande Pepe, é emocionante.
Certamente o trabalho será árduo, exige devoção, necessita de sacrifício de todos para o entrosamento e a compreensão da torcida, pelo tempo tão curto, e para um êxito necessário para o resgate da auto confiança e levar o nome da Seleção Brasileira, a maior Campeã da História do Futebol ao nível que nunca deveria ter saído.
Falando em sair… Esse é o momento de Estêvão, do Palmeiras. Convocado pelo técnico Ancellotti e peça importante para o Palmeiras no Mundial.
Uma pedra preciosa de raro valor, com habilidade em dribles, visão de jogo, espírito de competitividade, dedicação ao clube, e entende que futebol é um esporte coletivo, merece brilhar na Europa e fazer bonito, mais que merecido. Um jovem humilde e com imenso talento.
Talento desse e como outros “meninos” que surgem a cada dia nas bases dos grandes times e por alguns acolhidos e respeitados no crescimento e preparo para essa carreira tão exigida e vencer as enormes pressões, até para se acostumar ao VAR….
Antigamente não havia VAR, e as decisões tinham como base as regras da arbitragem, a experiência que se exigia dos candidatos à árbitros, um curso de arbitragem com aulas teóricas e práticas e horas e horas de palestras e revisão de lances para uma decisão inquestionável e rápida. Era decidida no olho, no bom posicionamento em campo, na colaboração valiosa dos membros da arbitragem, os bandeirinhas e os auxiliares.
Se haviam dúvidas, eram imensas e sempre polêmicas, mas tudo dentro da capacidade humana de raciocínio lógico e a percepção do lance no momento e de dentro do gramado.
As tantas vezes que meu pai, fez bater o pênalti no goleiro Leão. Foram vistas pelos olhos atentos e humanos, sem tecnologia.
E quando surgiu o VAR, ainda se questiona, ainda se discute e ainda se horroriza por decisões erradas, que nunca encontram unanimidade
O Corinthians atravessa um período complicado demais que não está apenas na área administrativa, nem só na Presidência, se espalha para o campo, para o técnico Dorival, e para os jogadores.
Tempos difíceis que podem trazer uma grande mudança.
Queridos leitores
Até a semana que vem