“Pelo amor dos meus filhinhos…”
Diria o Silvio Luiz, grande narrador esportivo, que também foi árbitro de futebol, entendia bem das leis, e não se poupava em seus comentários.
As jogadas perfeitas, os gols que saiam tal qual uma pintura, um gol perdido ou um erro grosseiro…
Na verdade Silvio Luiz não gostava de gritar gol, acreditando que a imagem já trazia o gol ao telespectador….
Quando ele assegurava….”Foi, Foi, Foi”….respirava em busca de informação, no tempo certo, para informar a precisão do lance, imagino como um mestre cuca, e seus segredos ao cozinhar….
O coração apaixonado e as mãos habilidosas de uma cozinheira, Dona Elisa, a maior torcedora do Corinthians na sua história.
Elisa Alves do Nascimento nasceu em 1910.
De uma família bem pobre, começou a cozinhar e entrou no mercado operário, e lá conheceu muitas pessoas, inclusive Antônio Pereira, um dos fundadores do Corinthians, que se tornou seu amigo e ela passou a torcer pelo time que crescia em popularidade e a recebeu com todo o carinho e respeito.
Mesmo no período mais difícil de 1954 à 1977, ela se manteve irredutível e cada vez mais fiel ao Clube e admiradora dos jogadores que a consideravam uma mãe calorosa, e sempre muito bem vinda aos jogos, quase um talismã.
Teleco, Servilho, Carlito, Belangero, Idário, Luizinho, Cláudio, Carbone, Baltazar, jogadores que eram todo o coração do Corinthians e com muito respeito pela Dona Elisa.
Mesmo diante de todo esse respeito por essa mãe preta, pobre, de origem humilde e coração generoso, que sofreu violência, de uma torcida adversária no jogo do XV de Novembro de Piracicaba x Corinthians, onde sua bandeira do Corinthians foi queimada.
Elisa costumava dizer que…”O Corinthians estava logo depois de Deus, né ”
E em 1977, Dona Elisa disse aos inúmeros torcedores que se aglomeravam para a grande decisão depois de tanto tempo sem troféus….
“Quem não viveu, não imagina a emoção de ver o
Corinthians Campeão de 1977”
No dia 1* de Setembro de 1910 sob a luz de um lampião na esquina das ruas José Paulino e Cônego Martins, no bairro do Bom Retiro…
Joaquim Ambrósio pintor de parede
Antônio Pereira, pintor de parede
Rafael Perrone, sapateiro
Anselmo Correia, motorista de caminhão
Carlos Silva, trabalhador braçal
Fundaram o Sport Club Corinthians Paulista, cujo nome foi inspirado na equipe inglesa que excursionava pelo Brasil na época.
O time foi oficializado num salão de barbearia.
O primeiro Presidente escolhido foi o alfaiate Miguel Battaglia e se atribui a ele a frase…” Corinthians vai ser o time do povo e o povo é quem vai fazer o time”.
Em 1911, o primeiro jogo do Corinthians fora da Cidade de São Paulo, foi na manhã de 17 de Setembro. E o Corinthians ganhou da Ponte Preta de Campinas pelo placar de Corinthians 1X0 Ponte Preta.
Em 1977 depois de 22 anos, 8 meses e 7 dias o Corinthians se tornou novamente Campeão Paulista.
O gol foi marcado por Basílio.
Corinthians 1X0 Ponte Preta no Estádio do Morumbi no dia 13 de outubro de 1977.
Árbitro Dulcidio Wanderley Boschilia
Corinthians
Tobias, Zé Maria, Moisés, Ademir, Wladimir, Ruço, Luciano, Vaguinho, Basílio, Geraldão, Romeu
Técnico Oswaldo Brandão
Ponte Preta
Carlos, Jair Picerni, Oscar, Polozzi, Ângelo, Wanderley, Marco Aurélio, Dicá, Lúcio, Rui Rei, Tuta
Técnico Zé Duarte
As torcidas compareceram em peso e fizeram uma bela festa. Mas no campo, os atletas estavam nervosos e se provocando.
Rui Rey atleta da Ponte Preta, foi expulso depois de provocar, irritar, ofender ao juiz Dulcidio Wanderley Boschilia, pelas vezes que conversei com meu pai, e tantas outras pessoas que testemunharam a partida.
Xingar a mãe do juiz pode ser muito ofensivo e o atleta receber cartão vermelho. E foi o que aconteceu.
Segundo o próprio Osmar Santos, genial e muito autêntico. …”Um jogo para entrar para a história, e ser lembrado para Sempre…..E ele está absolutamente certo! ”